No dia mundial do rim, a Fundação Vítor Baía 99 associou-se às comemorações dos 25 anos do programa de diálise pediátrica do Hospital de Crianças Maria Pia, atribuindo bolsas de pós-graduação na área da nefrologia.
O objectivo é proporcionar aos estudantes uma oportunidade de aprendizagem neste sector, como refere Vítor Baía. O presidente da fundação espera que “as bolsas de estudo, que podem ser tanto a nível nacional como internacional, possibilitem o apoio na procura de novas possibilidades de atenuar a dor nas crianças”. “É essa a nossa grande vitória”, afirma Baía.
Em média, por ano, a Fundação Vítor Baía angaria 300 mil euros que são dirigidos a crianças e adolescentes carenciados das mais diversas formas. Depois de investir no estudo da asma infantil a fundação quer agora apostar na nefrologia infantil.
No Hospital Santo António, na cidade do Porto, desde 1985, já foram transplantadas 120 crianças ao abrigo do programa de transplante renal pediátrico, uma iniciativa promovida pelo serviço de nefrologia pediátrica do Hospital Maria Pia e da equipa de transplantação renal do Hospital Santo António. Em 2006 e 2007, foram realizados seis transplantes com rins de doador vivo materno ou paterno.
Um em dez portugueses afectado por insuficiência renal
As doenças renais afectam 800 mil portugueses, dos quais 14 mil dependem de diálise ou transplante. Um em cada dez portugueses sofre de insuficiência renal. Com o aumento da longevidade cresce o número de indivíduos com doença cardiovascular, hipertensão e diabetes. Estas patologias estão na origem da doença crónica renal.
Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação afirmou ao JPN que “as pessoas devem estar atentas, principalmente os doentes de risco: obesos, diabéticos, hipertensos”. “A partir de uma certa idade é necessário fazer exames regulares. Não tendo sintomas específicos a única maneira é estar sempre atento”, salientou.
450 transplantes em 2007
Em Portugal, no ano transacto foram realizados 450 transplantes. À frente dos portugueses só mesmo Espanha, Bélgica e a Áustria. “O transplante de rins é um problema em todo o mundo, não há órgãos suficientes para transplantar todos aqueles doentes que são transplantáveis” declara Morais Sarmento. O presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação acredita que “os transplantes podem ser mais económicos do que as diálises.”
Os transplantes de doadores de vivos ainda têm uma expressão muito pequena em Portugal, ao contrário dos países nórdicos. Os erros alimentares, excesso de peso, stress, tabagismo e sedentarismo aliadas à falta de vigilância da tensão arterial, dos níveis de açúcar e do colesterol no sangue podem dar origem a problemas renais.
