Debates públicos, exposições e a subscrição de um abaixo-assinado, são algumas das iniciativas da campanha lançada pelo STAL (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local), em conjunto com a Associação Água Pública e a CGTP-IN, em defesa da água como bem público.
“A água é um bem indispensável às pessoas, e por isso deve ser assegurada como disponível para todos e não sujeita à propriedade de qualquer empresa, por se tratar de uma propriedade de todos”, afirmou Francisco Braz, presidente da direcção nacional do STAL, em conferência de imprensa, esta terça-feira.
Para o sindicalista existe uma preparação para a privatização da água que remonta ao governo de António Guterres e que “passa pela criação de empresas multimunicipais, em que o Governo detém a maioria do capital, passando depois a uma segunda fase de concentração dessas empresas”, declarou o responsável do STAL.
Pressões do Governo
A anunciada fusão das Águas do Minho e Lima, Águas do Cávado e Águas do Ave, processo que irá abranger 42 municípios do Norte do país, suscita “as mais sérias preocupações” por parte do STAL, que acusa o Governo de ter pressionado as autarquias visadas, “nomeadamente utilizando como chantagem o acesso a fundos comunitários”.
Para Francisco Braz, a questão da privatização da água assenta numa dupla problemática: a dos consumidores e a dos trabalhadores. Segundo o presidente da direcção nacional do STAL, a privatização acabará por gerar despedimentos, menores salários e exploração dos trabalhadores, bem como o aumento do preço da água, “o que contraria os interesses das populações e do país”, defende Francisco Braz.
Campanha arranca no Dia Mundial da Água
A campanha de defesa da água pública, que será lançada no próximo sábado, dia internacional da Água, pretende salientar a importância da água, tendo como lema “água é de todos, não o negócio de alguns”.
Uma das apostas da campanha passa pela distribuição de mais de 100 mil desdobráveis, que pretende sensibilizar a população para as “dez razões para dizer ‘não’ à privatização da água”.
Até Outubro será possível a subscrição de um abaixo-assinado, disponível desde Fevereiro, e que será entregue “aos órgãos de soberania do país”, explica Francisco Braz.