O Relatório de Previsões Económicas Mundiais (em PDF) do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na quarta-feira, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal cresça 1,3% em 2008, sendo este valor meio por cento abaixo do projectado há seis meses. Segundo o Fundo, este será o sétimo ano consecutivo em que Portugal cresce abaixo do ritmo dos restantes parceiros da Zona Euro.

Esta é a previsão mais pessimista de todas as avançadas até ao momento, contrariando os valores esperados pelo Executivo do primeiro-ministro José Sócrates que apontam para uma taxa de crescimento de 2,2%. Já o Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevêem que a riqueza produzida no país aumente 2,0%.

Em relação a estes valores, o Partido Socialista relembra que as “bases são as mesmas para todas as projecções, ou seja, são sempre muito inseguras”, como explicou Vitalino Canas ao JPN. O porta-voz do PS acrescentou que, “sem desvalorizar quaisquer projecções, as apresentadas pelo Governo ou pelo Banco de Portugal têm-se mostrado menos falíveis do que as do FMI”.

A oposição já fez saber que estes dados apresentados pelo Fundo se revelam preocupantes e “reflectem os últimos efeitos da crise mundial”, como referiu Patinha Antão do PSD ao JPN. O deputado social-democrata acrescentou ainda que “a insistência do Governo em não aceitar estas projecções apenas faz com que haja uma perda de credibilidade da sua própria acção”.

Na terça-feira, o Governador do Banco de Portugal assumiu que teria de rever em baixa as previsões quanto ao crescimento esperado, mas colocou como valor limite os 1,7%.

Por outro lado, no que toca à taxa de desemprego, o FMI reviu em alta, prevendo um valor na ordem dos 7,6% para 2008. As previsões feitas em Outubro passado, as últimas da instituição, apontavam para uma taxa de desemprego de 7,1%, menos 0,5 pontos percentuais.

De entre as economias da Zona Euro, destaque para a Itália, a única que vai crescer menos do que Portugal em 2008. O FMI aponta para que o PIB italiano apenas consiga um aumento de 0,2%.