O vice-presidente da câmara de Gaia, Marco António Costa, anunciou em conferência de imprensa esta segunda-feira, nos Paços do Concelho, que as receitas do município foram 42% superiores às despesas de funcionamento.

As receitas da autarquia aumentaram 18,4% em 2007 face a 2006. Para esta evolução positiva contribuiu “o dinamismo crescente do mercado imobiliário municipal, face a um contexto de crise instalado em Portugal”, revelou Marco António Costa. O imposto municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis cresceu 29,4% em 2007 em relação ao período homólogo.

O município de Gaia apresentou em 2007, pela primeira vez em três anos, um resultado líquido positivo de mais de cinco milhões de euros. “Se a câmara fosse uma empresa teria dado lucro”, afirmou Carlos Pinto, director municipal de gestão financeira da câmara.

A Lei das Finanças Locais e o endividamento da autarquia em 2006 na ordem dos 11 milhões de euros também foi trazido ao de cima. “A câmara de Gaia só se endivida para a habitação social”, garantiu o vice-presidente, afirmando que, em 2007, o município recorreu ao Instituto Nacional de Habitação (INH) para adquirir mais de mil habitações sociais.

Carlos Pinto referiu que o Estado pediu a redução de um milhão de euros da dívida, cerca de 10%, mas que a Câmara conseguiu reduzi-la em oito milhões, cerca de 68,4%, no final de 2007.

2008: ano pré-eleitoral

Marco António Costa adiantou aos jornalistas que “2008 é um ano de grande aposta no investimento”, referindo que não é por ser um ano pré-eleitoral, mas sim por ser o ano em que entrou em vigor o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Marco António Costa confessou sentir “uma grande frustração” pelo QREN só ter entrado em vigor este ano. “Não podemos fazer obras sem dinheiro”, revelou o vice-presidente, afirmando que já existem mais de 20 candidaturas ao QREN que foram apresentadas e que contabilizam um investimento de cerca de 100 milhões de euros em obras até ao final do ano.