O dinheiro investido pelo Estado no combate ao desemprego de longa duração obteve resultados “muito limitados”. Esta é a conclusão de um estudo [PDF, em inglês] feito por Luís Centeno, Mário Centeno e Álvaro Novo, do Banco de Portugal, que analisaram dois programas criados no final dos anos 90 pelo Governo de António Guterres: o “Inserjovem” e o “Reage”.
A análise revelou que, só no ano de 1999, o Estado gastou mais de 90 milhões de euros para, no fim, conseguir apenas uma redução média de 12 dias de desemprego, um balanço “muito limitado”.
O “Inserjovem” destinava-se a desempregados há mais de três meses e com idades inferiores a 25 anos, enquanto que o “Reage”, cujos resultados foram mais satisfatórios do que o primeiro, abrangia a restante população, desempregada há mais de seis meses.
Ambos os programas disponibilizavam aconselhamento e formação profissionais, ajuda na elaboração de currículos e previam planos pessoais de emprego e visitas regulares aos centros de emprego.
Segundo o estudo, os resultados menos satisfatórios dos programas foram para “os mais jovens [idade inferior a 30 anos], pessoas com mais de 40 anos e para os que possuem menos habilitações literárias”. A população feminina também foi da que menos beneficiou com a ajuda estatal.
Para os analistas, o fracasso destes programas pode ser explicado com a falta de subsídios do Estado aos salários pagos pelas empresas, ao contrário do que aconteceu na Suécia e no Reino Unido, onde os resultados se fizeram sentir com mais sucesso.
Os autores defendem ainda que as melhores políticas de apoio à empregabilidade são as que conciliam subsídios salariais com formação e ajuda na procura de emprego.