O director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, poderá demitir-se amanhã, quarta-feira, após a aprovação das novas leis da segurança interna. O “Diário de Notícias” (DN), que cita uma fonte governamental, noticia esta terça-feira que Alípio Ribeiro sairá da PJ “a bem”, apresentando a demissão em acordo com o Ministério da Justiça (MJ), que tutela a polícia.

O director nacional da PJ é amigo pessoal do ministro da Justiça, Alberto Costa, que, de acordo com o “DN”, pretende desviar-se do cenário de ruptura que caracterizou demissões anteriores. A confirmar-se, a saída de Alípio Ribeiro ocorrerá a um ano do fim do mandato, que termina em Abril de 2009.

Segundo o “DN”, na origem de uma eventual demissão, estará a entrevista publicada esta segunda-feira no “Diário Económico”, na qual Alípio Ribeiro defende a passagem da PJ para o Ministério da Administração Interna (MAI) ou, em alternativa, a criação de um Ministério do Interior, à semelhança do que acontece em Espanha.

Na entrevista, o director nacional da PJ diz ainda que as competências do novo lugar de secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, cujo diploma vai ser votado na Assembleia da República, “ficaram um pouco aquém” das expectativas.

O MAI recusou-se a prestar declarações ao JPN. O MJ deverá emitir um comunicado aos jornalistas ainda esta terça-feira.

Sindicato pede demissão

A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ), defende a demissão de Alípio Ribeiro, por não se rever nas declarações feitas ao “Diário Económico”.

Em comunicado (em PDF), a ASFIC/PJ afirmou esta segunda-feira que a PJ “tem vivido momentos dramáticos nos últimos anos” devido aos “sucessivos governos e directores nacionais, responsáveis, no seu conjunto, pelo que de mais nefasto e perverso tem acontecido nesta polícia”.