O sol brilhante que tem saudado a população portuguesa nos últimos dias traz consigo convidados indesejados. Entre eles está o aumento dos níveis de pólen no ar, facto que está na origem do crescimento de vários fenómenos alérgicos, conforme alertou, em declarações à Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC)

A situação surge numa altura marcada pelo crescente número de pessoas que sofrem de asma e rinites alérgicas. João Fonseca, especialista em imunologia e professor e investigador na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), diz ao JPN que são “vários” os factores que têm levado a estas condições “em Portugal e em outros países da Europa ocidental”.

Como combater as alergias

Para quem sofre de alergias, o imunologista João Fonseca deixa alguns conselhos práticos: “usar óculos escuros, principalmente nos dias de vento; limitar as actividades ao ar livre para o início da manhã e o fim da tarde, alturas em que as partículas estão menos preponderantes; mudar de roupa depois de ter estado ao ar livre, e até lavar o cabelo, para se livrar dessas partículas” e finalmente “evitar a velocidade do ar, isto é, evitar andar de mota ou descapotável” uma vez que estes meios de transporte permitem que as partículas se atirem “com maior impacto” ao indivíduo.

A modificação do ar ambiente nas casas, o estilo de vida sedentário, as mudanças na alimentação e a poluição são as principais causas referidas pelo especialista como sendo “responsáveis não só pelo aumento como pelo impacto das alergias”. A estes factores, juntam-se “os aumentos das temperaturas e as passagens bruscas de tempos de muita chuva para tempos de Sol”, que também “incentivam a proliferação de pólenes”, afirma Fonseca.

A sobremedicação é outro dos factores propiciadores do aumento de alergias, sobretudo entre os mais novos. “Não há duvida que os antibióticos salvam vidas” explica João Fonseca, mas “a repetição e o exagero de medicação” no que toca tanto aos antibióticos como aos anti-inflamatórios “é de evitar” e pode levar a que as crianças fiquem “mais susceptíveis” às influências dos pólenes.