Colaboradora do Laboratório de Infografia da Universidade do Porto, Sara Freitas salienta que o projecto tem como grande objectivo a investigação académica dentro da área produção de infografias, com uma clara aposta no suporte online, ao qual se dedica “em exclusivo”.
Até porque, diz, “quem domina a navegação na Web”, tem “mais prazer se navegar numa infografia interactiva”, pois esta “permite ver com a mesma facilidade a informação” e, por outro lado, permite uma maior selecção de dados. “Somos nós próprios, utilizadores, que orientamos a informação.”
Enquanto que no suporte impresso a história é contada uma única vez, no meio online o leitor pode optar por informação parcial e é esse um dos objectivos do Laboratório. Para Sara Freitas, “a crise que o jornalismo está a passar vai depender de um planeamento doseado”, que tem a ver com uma boa exploração “das potencialidades do online” sem cair no erro de “plagiar o que está impresso”.
Se, por um lado, Sara considera que os infografistas “são e devem ser jornalistas”, por outro sublinha que em Portugal “a maior percentagem de infografistas não são jornalistas, são designers”.
Os infografistas devem fazer pesquisa, mergulhar na informação e principalmente, “ganhar sensibilidade”. “E isso não se ensina”, diz. Apesar de ter vindo a melhorar a sua “cultura visual”, a infografista acrescenta que tem ainda uma dificuldade: “decidir o que filtrar”.