Sara Freitas sempre quis trabalhar na área de jornalismo. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto (UP), apostou na vertente multimédia do curso para criar narrativas para além do texto.

Hoje, trabalha no Laboratório de Infografia da instituição e não deixa de sublinhar as possibilidades desta nova forma de informação, que dá dados ao receptor de uma maneira que um texto e uma fotografia não conseguem dar, ao explorar a não linearidade.

Palestra esta quinta-feira:

Sara Freitas é uma das convidadas do ciclo de conferências promovido pela vertente de Multimédia do curso de Ciências da Comunicação da UP. “Infografia Jornalística: Da gestão ao desenho de informação” é o título da palestra que Sara vai apresentar, em parceria com Renato Silva, também do Laboratório de Infografia. A sessão realiza-se no Anfiteatro 1, nas instalações do curso (Praça Coronel Pacheco, n.º 15), às 11h00 de quinta-feira. A entrada é livre.

“A infografia trata visualmente os dados, ou seja, nós não precisamos de saber desenhar para conseguir traduzir visualmente uma informação. Um gráfico de barras, um gráfico de linhas é uma infografia, desde que ela esteja dotada de significado”, sublinha a infografista. E, uma vez que é uma ferramenta que pretende mostrar o que não pode ser apresentado de outra forma, “quanto mais apelativa, melhor”.

O antigo jornalista de “papel e caneta”

Se é verdade que o texto está cada vez mais ultrapassado enquanto motor de informação, há casos em que é insubstituível – enquanto apoio à infografia, por exemplo. Para Sara, o jornalismo multimédia “exige trabalho em equipa” e, muitas vezes, as pressões próprias da profissão e a “estruturação das redacções no formato tradicional”, impedem um maior desenvolvimento.

“Os jornalistas vêm-se forçados a ter uma rotina e um hábito de trabalho muito mais metódico. Se perdem um hábito ou lhes é pedido para ter uma formação a outro nível, tudo o resto vai-se desmoronar.”

Cada vez mais o conceito de jornalismo associado ao profissional de “papel e caneta” entra em desuso. “A multimédia é uma mais valia e a questão de haver um uso de diversas ferramentas torna-se uma vantagem para nós que queremos contar estórias”, diz a infografista, que salienta que esta exploração de diferentes formas de informação “não dá tanto trabalho quanto isso”. “A pessoa começa a criar rotinas”, justifica.

Apesar de os jornais estarem, agora, a descobrir que as infografias são atractivas para os leitores, Sara Freitas afirma que “ainda não há muita credibilidade assumida no jornalismo perante a infografia”, o que nem sempre “permite ao público retirar seriamente um conhecimento eficaz”.