Os Estados Unidos (EUA), a Rússia, a União Europeia(UE) e as Nações Unidas (ONU) pediram esta manhã, num encontro em Moscovo, que Israel congele de imediato o projecto de construção de 1600 unidades habitacionais em Jerusalém Este, uma zona habitada, principalmente, por palestinianos e disputada por israelitas.

O Quarteto, que constitui o mediador internacional para o Médio Oriente, pediu também que Telavive avance de imediato com o “desmantelamento dos postos construídos depois de Março de 2001” e “se abstenha de fazer demolições e expulsões [de palestinianos] em Jerusalém Este”.

Últimos Confrontos:

A crise que se gerou nas últimas semanas provocou também uma onde de violência no território. Na terça-feira, confrontos entre forças israelitas e palestinianos, em Jerusalém Este, provocaram dezenas de feridos. Ontem, quinta-feira, um míssil lançado a partir de Gaza atingiu o sul de Israel, matando um cidadão tailandês. A resposta do Estado Judaico foi imediata. Esta madrugada o exército israelita bombardeou a faixa de Gaza, ferindo dois civis.

A questão israelo-palestiniana tem sido discutida desde hoje, em Moscovo, entre o anfitrião e primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, a secretária de estado norte-americana, Hillary Clinton, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, e o representante especial do Quarteto, Tony Blair.

A tensão gerada entre o Estado Judaico e os Estados Unidos começa agora a perder intensidade. Na semana passada, o governo de Benjamín Netanyahu comunicou, durante a visita a Israel do vice-presidente norte-americano, Joe Biden, que iria construir mais 1600 vivendas na zona oriental de Jerusalém. A região é reivindicada por palestinianos como sendo parte integrante da sua futura capital, o que gerou, de imediato, uma grande contestação por parte dos Estados Unidos da América. Na altura, Hillary Clinton declarou que o anúncio israelita era “um insulto” às tentativas de pacificação no território.

Quarteto apela a acordos de paz no Médio Oriente

Segundo a edição online do jornal El País, Ban Ki-moon anunciou hoje, sexta-feira, numa conferência de imprensa, em Moscovo, que se pretende a resolução do problema, no máximo, em dois anos, para que a ocupação do território da Palestina, que dura há 43, acabe e se construa “um Estado palestiniano independente, democrático e viável, que viva em paz e em segurança ao lado de Israel e dos seus outros vizinhos”.

O grupo pediu ainda aos palestinos que se abstenham de quaisquer acções que possam entorpecer o início das negociações indirectas entre ambas as partes.

O Quarteto tenta assim relançar as conversações indirectas de paz, depois de ainda ontem, quinta-feira, um míssil disparado de Gaza ter atingido mortalmente um cidadão no sul de Israel (ver Caixa).