Com o regresso do Marés Vivas, veio também a chuva. A oitava edição do festival arrancou com um cartaz homogéneo, onde era difícil perceber quem seriam os cabeças-de-cartaz.

O palco principal, agora designado por palco TMN, abriu ao som dos Morcheeba que, desta vez, regressaram a Portugal com Skye Edwards. Num vestido vermelho a combinar com os colares, Skye esteve sempre animada e sorridente durante a sua actuação.

Na bagagem, os Morcheeba trouxeram o novo álbum, “Blood Like Lemonade”, mas não se esqueceram dos temas que os tornaram famosos. Num início de noite com temperaturas agradáveis, Skye e companhia arrancam os primeiros coros logo ao segundo tema, o hit “Otherwise”, que prometia um concerto calmo, mas repleto de recordações.

Já bem perto do final, sempre sorridente e sem papas na língua, Skye arranca gargalhadas da audiência ao entoar o refrão de “Single Ladies” de Beyoncé e ao assumir que também tem algumas semelhanças físicas com a mulher de Jay-Z. O concerto dos Morcheeba só termina com mais um tema cantado em uníssono “Rome Wasn’t Built In a Day”, deixando para trás a banda britânica, que não chegou a aquecer a praia de Cabedelo, em Vila Nova de Gaia.

Já perto da meia noite, era a vez dos Goldfrapp subirem ao palco. Num concerto repleto de temas dançáveis, Allison teve de puxar pelo público várias vezes. No entanto, foram raras as ocasiões em que os festivaleiros mostraram que sabem dançar.

Num espectáculo de luzes e de vento (à conta das ventoínhas em frente ao palco), Allison Goldfrapp mostrou-se ao público gaiense com um vestido preto reluzente que não passava despercebido. Apesar da sonoridade mais dançável, os Goldfrapp não conquistaram a audiência, que se mostrou mais receptiva aos novos temas, como “Believer”, “Alive” ou “Rocket”. O concerto termina, sem encore, ao som
de “Ooh La La” e “Strict Machine”, temas que já levaram o público a levantar alguma poeira.

“É bom sair da cama para estar convosco… e estar na cama convosco também”

Foi uma das muitas frases ditas por Rui Reininho, que mostrou o apreço pelo público do Norte ao longo de todo o concerto. Os GNR fecharam o palco principal do primeiro dia de Marés Vivas e, com eles, veio também a chuva. O espectáculo começou ao som do novo tema “Rei do Roque”, já se percebendo que todo o concerto ia ser pautado pela energia e boa disposição da banda.

O baixista, Jorge Romão, puxou inúmeras vezes pelas palmas do público, saltando das colunas e da estrutura lateral do palco. Apesar do público conhecer e cantar as letras, a chuva estragou os planos a grande parte dos festivaleiros. Com a “Pronúncia do Norte”, os aguaceiros fizeram desistir os menos resistentes, que acabaram por abandonar o recinto que já estava, por si só, a “meio gás”.

Com alusões a Adolfo Luxúria Canibal, a Pauleta e até mesmo ao concerto dos Pearl Jam no Alive, Rui Reininho e companhia não esqueceram temas do pop português, como “Efectivamente”, “Asas Eléctricas” ou “Popless”. Com direito a dois encores, os GNR despediram-se do Marés Vivas com os temas “Mais Vale Nunca” e “Sangue Oculto”.

Espaço renovado

Antes, às 18h00, os primeiros acordes musicais fizeram-se ouvir na praia do Cabedelo. O palco secundário, apelidado de TMN Moche, recebeu, no primeiro dia de Marés Vivas, os Lobo e os Dr1ve.

Já depois do final dos concertos no palco principal, muitos optaram por voltar a casa. No entanto, ainda foram muitos os que ficaram pelo recinto e aproveitaram o novo espaço do palco secundário, agora coberto e resistente à chuva que ainda se fazia sentir.

A noite só terminou depois das 6h00, com as actuações de Edward Maya, criador do sucesso “Stereo Love”, e dos suecos Bitch Boys.