Depois de duas edições realizadas em Lisboa, o concurso “48 Hour Film Project“, que desafia os participantes a realizar um filme em 48 horas (ver Caixa), já manifestou vontade em organizar a iniciativa no Porto. No entanto, coloca-se um entrave: “Para ser sincera, está a ser difícil encontrar um cinema para os nossos filmes”, admite, ao JPN, a produtora Danae Magalhães.

“Em Lisboa foi muito mais rápido, tivemos uma resposta muito rápida. Agora, no Porto… Estamos a estudar outras hipóteses.”

O “48 Hour Film Project”:

A iniciativa “48 Hour Film Project” surgiu, em 2001, em Washington, D.C., nos Estados Unidos. A ideia partiu de Mark Ruppert que, juntamente com alguns amigos, decidiu realizar um concurso, cujo desafio era realizar um filme em 48 horas. A questão base na altura, como se poder ler no site, era: “Será que filmes feitos apenas em 48 horas são suficientemente bons para ser vistos?” Tudo indica que sim, já que nove anos depois já se realizaram 150 competições um pouco por todo o mundo. “De há três anos para cá, as doze melhores curtas passam em Cannes”, enfatiza Danae.

Em Lisboa, os filmes passaram no Cinema S. Jorge durante dois dias. Segundo Danae Magalhães, a organização do “48 Hour Film Project” terá já estabelecido contacto com todos os cinemas do Porto. “Já falamos com todos, mas até agora nada de concreto. Só respostas vagas.” A indefinição é tanta que é “possível que o projecto não vá para o Porto, mas para uma cidade qualquer à volta.”

“Não sei qual é o problema. Não sei se não é viável. Uns dizem que há falta de disponibilidade das salas, outros não apresentam motivos ou então estão de férias. Mas começamos os contactos entre Maio e Junho”, lamenta. A sala, enfatiza Danae, destina-se apenas à passagem de filmes durante um ou dois dias, já que o concurso não necessita de um espaço físico propriamente dito, uma vez que não fornece material ou dá formação, sendo de participação livre.

A ideia era organizar o “48 Hour Film Project”, no Porto, em Outubro. A produtora diz que estão a aguardar por uma resposta até Setembro. “Se aí tivermos resposta, será em Março que se realiza. Senão vamos mesmo ter de ver outras alternativas.”

A reacção do Cinema Nun’Álvares

Em declarações ao JPN, Elias Macovela, gestor do cinema Nun’Álvares, confessa que o nome do projecto não lhe é “estranho”. Em relação ao pedido, responde que há “muitas iniciativas” que procuram o Nun’Álvares e solicitam o espaço. “O que respondo é que o sistema é digital. O filme tem de vir numa drive e precisa de ser descarregado nos nossos servidores. Uma das nossas limitações é que só funcionamos com cinema digital e algumas entidades não entendem esta limitação.”

Macovela sublinha, porém, que “caso esta limitação seja ultrapassada”, não existe “qualquer problema”, desde que “não entre em confronto com a programação”. “Penso que terá sido esta a resposta que foi dada.”

O JPN entrou em contacto com o Shopping do Bom Sucesso que respondeu que, quanto a este projecto, “a administração não foi contactada”.