Depois do primeiro debate sobre os cinco anos de acção do Plano Director Municipal (PDM), onde foi discutida a avaliação política da utilização do mesmo, o ciclo “Cinco Anos de PDM do Porto”, organizado pela associação Campo Aberto, está de volta.

Dando continuidade à análise do Plano Director Municipal, a segunda sessão, subordinada ao tema “PDM do Porto: A Perspectiva Histórica do Planeamento”, vai centrar-se na história do planeamento urbanístico geral e, como sempre, com um olhar especial sobre a cidade invicta.O Clube Literário do Porto vai receber o debate desta quarta-feira, com início às 21h15.

Vítor Silva, da direcção da Campo Aberto, explica que, neste segundo debate, se vai tentar “perceber como é que a ideia de planeamento e construção de cidades foi evoluindo, desde a cidade medieval até à cidade do seculo XXI”, assim como quais “as ideias que levaram ao desenho das cidades que temos e os aspectos, positivos ou negativos, que elas podem ter tido na sua construção”.

Quanto ao Porto, o membro da associação refere que o propósito é “perceber como é que a cidade cresceu e falar de algumas idiossincrasias, como a forma como umas freguesias foram evoluindo e outras nem tanto”.”O objectivo final é contextualizar a situação urbanística actual”, conclui.

Para Vítor Silva, o planeamento urbanístico e a história do seu processo são temas que devem ser do conhecimento de todos, de forma a existir uma participação activa. Isto para que não se corra o risco de “quando surgem as oportunidades de participação em consultas públicas, não termos cidadãos informados para poder contribuir para essas consultas”. Este é um tema “bastante complexo quando consideramos as leis a aplicar, as áreas que abrange – da arquitectura à engenharia, da mobilidade ao ambiente – e o impacto que tem na nossa vida diária”. Afinal, explica, “ao andarmos pela cidade estamos a experimentar o resultado prático do planeamento”.

Os engenheiros José António Lameiras e Manuel Miranda vão estar presentes no debate uma vez que, como explica Vitor Silva “são duas pessoas com bastante experiência nesta área do urbanismo”. “Esperamos que possam dar uma perspectiva informada em relação ao que foi planeado e o que já foi implementado”, diz, até porque José António Lameiras chegou mesmo a participar na criação do actual PDM.

Participação da sociedade

Na primeira sessão do ciclo, o debate contou com 50 participantes. Vítor Silva confessa, no entanto, que a história do PDM não é um assunto “do interesse geral”, já que “a sociedade portuguesa está mais preocupada com outros temas”. Mesmo assim, Vitor Silva acredita que “continua a haver pessoas preocupadas com estes temas”. A agricultura urbana ou o papel que as cidades podem ter no combate à actual situação económica são, para Vítor Silva, algumas vertentes em que os cidadãos mais pensam.

“Parece que está a haver um novo impulso dos cidadãos para fazerem coisas nas suas cidades, o que, por um lado, pode causar alguns problemas a nível de planeamento, mas por outro cria uma nova oportunidade aos planeadores de “aprenderem” com quem vive nos locais”, remata o membro da associação da Campo Aberto.