A ideia partiu do Núcleo Núcleo de Estudantes de Bioquímica da Universidade do Porto (NEBQUP), que nasceu este ano, e não ficou indiferente ao futuro destes animais. Os ratinhos vêm do Biotério do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e, devido às normas rígidas de segurança, não podem voltar.

Os Ratinhos de Laboratório

As experiências em animais já é uma prática de há longos anos atrás, desde o século XIX. O rato é normalmente escolhido pela sua fisiologia, semelhante à dos humanos. Não há uma ideia de quantos ratinhos serão utilizados nos vários cursos da Universidade do Porto (UP), por ano, mas serão aos milhares.

Quando a professora da unidade curricular informou os alunos que os pequenos animais teriam de ser sacrificados no final das aulas, Mariana Pereira, do NEBQUP, conta que os estudantes ficaram “extremamente chocados” com a situação, já que a única coisa que acontece a estes ratinhos é serem anestesiados. “Eles estão bem, não têm doenças… a única coisa que os levaria a serem sacrificados era não poderem voltar ao Biotério”, explica Mariana.

Em solidariedade com os bichinhos, já começaram os pedidos de autorização aos professores à Faculdade de Farmácia para colocar os ratinhos para adoção (que acontece já a partir da próxima quarta-feira) – entretanto a iniciativa já foi divulgada nas redes sociais e foi bem recebida: “O evento está a ser muito partilhado e já há pessoas interessadas em adotar os ratinhos”, conta Mariana. Até de Lisboa já há interessados.

Também há ratazanas simpáticas para adoção

No entanto, dos cerca de dez animais disponíveis, nem todos são pequenos ratinhos: as ratazanas também precisam de um lar. Pode parecer estranho aos mais sensíveis, mas a estudante diz que não há que haver preconceito. “Normalmente os ratos mais pequeninos até são mais ariscos. As ratazanas são calmas, mais simpáticas e amistosas”, garante.

O núcleo apela à época natalícia para sensibilizar a população e mostra que nem todos os alunos das áreas das ciências são insensíveis ao que acontece aos animais de laboratório, pelo contrário. Mariana explica que em fase nenhuma desta cadeira é feito “algum mal aos animais”, e que, nas restantes, “as regras dentro da Universidade e da própria União Europeia são cumpridas” e muito explícitas em relação aos animais usados pelos alunos dentro da sala de aula. “Mesmo os professores e orientadores são muito rígidos” com o tratamento destes bichinhos.