O Porto quer manter a Casa da Música junto do coração. Por isso, um grupo de cidadãos não ficou indiferente aos cortes de 30% no orçamento do Estado, que podem colocar o futuro da instituição em risco (e já levaram à demissão em bloco da administração), e deu vida à iniciativa “Um Abraço à Casa da Música“.
O “gesto simbólico”, acontece no domingo, às 15h30, e já tem mais de 500 pessoas confirmadas na página do evento. À iniciativa foi anexa uma petição pública que, à data deste artigo, soma também quase 500 signatários. O documento fala de “um Governo que desinveste na cultura e não acredita no futuro” e afirma: “Um Governo que não honra os seus compromissos não merece a confiança dos cidadãos e das cidadãs do país que governa”.
Catarina Martins e João Semedo, do Bloco de Esquerda, Pedro Abrunhosa, António Capelo, ou o politólogo André Freire são apenas alguns nomes entre centenas de músicos, atores, produtores, arquitetos, designers, médicos ou estudantes que subscreveram a petição.
A Casa da Música “é a casa de todas as músicas e de todos os públicos”, combate “a elitização e o fechamento” e “acrescenta sonho e alento aos nossos dias”, lê-se. A Casa da Música é “um ícone do Porto e o seu estrangulamento é um nó na garganta dos seus cidadãos”.
Todos pela Casa da Música
Esta sexta-feira, o PCP também se mostrou solidário com a situação da instituição cultural. Na Assembleia da República entregou um projecto de resolução a exigir que o corte se limite aos 20% anteriormente previstos. No mesmo dia, em entrevista ao Porto Canal, Paulo Rangel, eurodeputado e ex-candidato à liderança do PSD, falou do “centralismo” do Governo, dando a situação do financiamento da Casa da Música como exemplo, e apelou a um novo “15 de Setembro”, numa alusão à manifestação contra a Taxa Social Única que fez o Governo recuar.