O Pré-Fantas começa já sexta feira, dia 25, com um filme-concerto. Os “Beautify Junkyards” fizeram a banda sonora do filme “O Planeta Selvagem” (René Laloux, 1973) e vão tocá-la durante a exibição do filme.

Programação provisória

Grande Auditório

Pequeno Auditório

O festival estreia oficialmente a 1 de março, com a exibição da cópia restaurada do clássico “The Red Shoes” (Michael Powell e Eric Pressburger, 1948). Na mesma noite é exibido, pela primeira vez na Europa, “Mama”, de Guillermo del Toro, estreado recentemente nos Estados Unidos.

A competição

O Fantas “não é um festival, são quatro festivais”, diz Mario Dorminsky, o diretor, quando se refere às quatro secções competitivas em que se divide o evento: “Cinema Fantástico”, “Semana dos Realizadores”, “Orient Express” e “Cinema Português”.

O prémio “Melhor Escola de Cinema” foi inserido o ano passado e nesta edição concorrem sete escolas, entre as quais a Escola Artística de Soares dos Reis (ESRR), a Universidade Católica do Porto (UCP) e a Universidade do Minho (UM). Beatriz Pacheco Pereira, da organização, diz que em relação aos filmes do ano passado “houve um salto qualitativo muito grande” dos filmes feitos por estudantes e salienta que o Fantas “deve ter a missão de promover e aumentar a qualidade do cinema português”.

O “Orient Express” também volta nesta edição. Não se concretizou o ano passado porque “os filmes não eram de grande qualidade”, revela o diretor. Vão sete filmes a competição, de países como o Japão, China ou Indonésia. “A Beautiful Mistake” (Lu Hui Zhon) e “Modus Anomali” (Joko Anwar) são algumas das longas metragens que vão competir pelo melhor filme oriental.

As homenagens

A 33.ª edição dedica uma retrospetiva às “Stars do Cinema Francês“. “Desta vez em vez de homenagearmos filmes ou realizadores homenageamos as suas estrelas e vedetas” diz António Reis, também da organização.

António Macedo também vai ser homenageado. Conhecido por fazer filmes de ficção científica de baixo custo, o realizador português foi um dos primeiros jurados do Fantasporto e este ano vai receber o “Prémio Carreira”. No entanto, António Macedo poderá não marcar presença para receber o prémio devido ao seu estado de saúde.

Conferências e apresentações

A Literatura é o “setor que mais dá ao cinema”, considera Beatriz Pacheco Pereira. “Sem boa literatura não haverá bom argumento”, acrescenta. Por isso, esta edição reserva um espaço especial para a vertente, com conferências e apresentações.

Bilhetes

Quanto aos bilhetes, tem sido feito um esforço para tornar os preços mais convidativos. As sessões de abertura custam oito euros, a sessão encerramento custa seis euros e os bilhetes normais custam cinco. Há ainda a possibilidade de comprar um passe de livre-trânsito que custa 80 euros ou o a caderneta de 10 bilhetes, que custa 40.

A produção além dos “multiplex”

A maior parte dos filmes exibidos são inéditos e de produção europeia. Mário Dorminsky avança que a organização tem diminuído os filmes de distribuição garantida e acrescenta que o Fantasporto “é neste momento o único veículo para quem gosta de cinema ver mais filmes além daqueles que passam nos multiplex”, isto é, nos circuitos comerciais.

Na sessão de encerramento vai ser exibido o filme “Robot & Frank” (Jake Schreier), uma produção americana em estreia europeia. Como já é hábito, o Baile dos Vampiros marca o fim da edição e é na noite de 9 para 10 de Março que o Hard Club recebe a tradicional festa de encerramento.

“O Fantas tem-se mantido forte”

Em jeito de balanço, Mário Dorminsky considera que o Fantas se tem “mantido forte” e “este ano será a mesma coisa. Talvez até com alguns upgrades”, revela. O diretor fala de um orçamento muito inferior desde há 5 anos, mas que tem vindo a ser compensado, sobretudo com parcerias.

Dorminsky admite que com a crise a cultura pode ressentir-se, mas que espera que o Fantasporto não seja afetado. A última edição contou com cerca de 74 mil pessoas – um número muito significativo, tendo em conta que o festival tem um público alvo de um milhão e meio de pessoas.

Mesmo assim, para evitar um diminuição de audiência o festival vai começar mais cedo, no primeiro dia do mês de Março, “dia em que as pessoas têm dinheiro no bolso” explicou o diretor ao JPN..

Na conferência de apresentação do programa do Fantasporto, Beatriz Pacheco Pereira salientou ainda a importância do evento no panorama cultural portuense. “O Porto está muito vazio de atividade curtural”, lamenta. “Temos ótimas escolas mas não temos profissionais a atuar no Porto. É um deserto que tem de acabar”.