O Fantasporto optou por pré-abrir a 33.ª edição do festival com uma homenagem aos 40 anos decorridos desde a data da saída do filme franco-checoslovaco. Considerado uma obra-prima da história da ficção científica, “O Planeta Selvagem” é também visto como um marco do cinema de animação – venceu, aliás, o “Grand Prix”, no Festival de Cannes de 1973.

A história consiste na (difícil) interação entre seres humanóides gigantes (os “Draag”) e os “Oms”, seres minúsculos que servem de forma submissa, como animais de estimação dos primeiros. No entanto, Terr, personagem central da trama, revolta-se contra a subserviência e provoca uma sublevação generalizada por entre a sua espécie, os “Oms”, contra os “Draag”.

Sobre a narrativa, há o mais variado tipo de interpretações: desde quem vê uma história surrealista sobre a ocupação da Checoslováquia por parte das tropas soviéticas até outros que subentendem uma metáfora sobre a luta de classes. A verdade até pode residir nestes dois aspetos, que se conjugam num facto: este filme é muito mais do que meros desenhos animados. Sobre isto, ressalve-se que é indiscutível o facto de um dos pontos fortes d´”O Planeta Selvagem” estar na tremenda capacidade visual demonstrada pelo(s) autor(es), por via de desenhos irrepreensíveis.

Não esquecer, contudo, o contributo que consiste na possibilidade de poder ouvir a banda sonora interpretada pelos “Beautify Junkyards“. A banda formada em 2012 concedeu uma atmosfera diferente e especial, que envolveu a audiência de forma muito interessante.

De acordo com dados da bilheteira do festival, mais de 200 pessoas estiveram presentes na homenagem a René Laloux.