Francisco Sebastião, jovem de 17 anos e aluno finalista da Escola de Dança do Conservatório Nacional, foi distinguido na edição deste ano do Prix de Lausanne, na Suíça, um dos prémios mais importantes de Dança Clássica a nível europeu.

Francisco recebeu uma das oito bolsas de estudo oferecidas pela Fundação Rudolf Nureyev. Em entrevista ao JPN, o jovem revela que “foi um momento muito feliz”. “Senti que as horas que passei a trabalhar arduamente deram frutos, que o esforço que eu fiz não foi em vão”.

A hipótese de crescer como bailarino

Relativamente à sua participação na criação da Companhia Nacional de Bailado (CNB) “O Lago dos Cisnes”, que decorreu até 3 de março, no Teatro Camões, em Lisboa, o jovem premiado conta que “foi uma experiência enriquecedora, como bailarino”. Neste espetáculo, Francisco teve a oportunidade de se ambientar numa companhia. “Estas participações servem para nos dar uma amostra do que é o trabalho numa companhia, fazendo-nos crescer como bailarinos”, revela o jovem de 17 anos.

A bolsa inclui as propinas de uma escola de dança internacional, bem como um orçamento para poder viver na cidade em que se pretende instalar. Questionado sobre o prémio, o bailarino explica que, neste momento, preferiu escolher um “Trainee Program”, programa de formação profissional numa empresa, neste caso, uma companhia de dança, que, um ano após a conclusão dos estudos, irá preparar o jovem para a vida num espaço específico como esse.

O preconceito sobre a dança praticada por homens é, segundo Francisco Sebastião, “uma demonstração de falta de informação, porque desde o início existem homens e mulheres a dançar, especialmente no ballet”. “Essa crença de que a dança é só para raparigas está a desaparecer cada vez mais”, diz o jovem que, desde sempre, se sentiu apoiado pela sua família e amigos, quanto à carreira como bailarino.