Entrar numa clínica para receber um tratamento e reparar que a paciente mais nova tem quatro anos, não é muito comum. No Reino Unido, uma criança está a receber tratamento por estar viciada num tablet. A menina, que usava o equipamento cerca de quatro horas por dia, apresentava um comportamento compulsivo sempre que lhe tiravam o aparelho.

A iniciativa do tratamento para a criança de quatro anos partiu dos pais que, segundo o jornal inglês The Telegraph, recorreram ao “digital detox” – desintoxicação digital – porque a filha estava “angustiada e inconsolável”.

O psiquiatra infantil Richard Graham, que estabeleceu o primeiro programa de vício em tecnologia da Grã-Bretanha, afirma que as crianças e jovens estão “cada vez mais envolvidos com a tecnologia e Internet”, sendo necessário prestar atenção e “estabelecer limites”.
Quando os pais tentaram restringir aos filhos os dispositivos e equipamentos eletrónicos, “foram recebidos com tal violência, que a polícia teve de ser chamada”, diz Richard Graham.

O primeiro programa de desintoxicação digital foi lançado há três anos, no Reino Unido, pelo psiquiatra infantil. O tratamento “digital detox” é dirigido pelo médico na clínica Capio Nightingale, em Londres, e tem um custo de aproximandamente 18 mil euros e uma duração de 28 dias.