Os estudantes começaram a encher o recinto do queimódromo quando José Cid subiu ao palco, pouco depois das 23h15, e se sentou ao piano. Foi aí que passou a hora que se seguiu, apesar de se levantar algumas vezes para interagir com o público e para saltar e dançar.

Ao som de “Vem, viver a vida, amor“, José Cid conquistou a atenção do público, que não tardou a juntar-se ao cantor português para cantar uma das suas músicas mais conhecidas. Temas como “Um grande, grande amor” e “Mais um dia” foram das mais esperadas da noite – e não só pelos estudantes. Pessoal dos 40 aos 50 anos também marcaram presença.

Num momento mais sério, José Cid prestou a sua homenagem a Marlon Correia, o jovem assassinado na madrugada de sábado, no queimódromo. “A vida é uma passagem“, disse Cid, antes de pedir ao público para levantar os braços enquanto cantava o poema “Um dia”, da autoria de Sophia de Mello Breyner.

Como o macaco que gosta de bananas” encerrou, com grande animação, o concerto do músico português.

Os estudantes “agradavelmente” surpreendidos com José Cid

Hugo Pinto, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, não tinha muitas expectativas relativamente ao concerto de José Cid. No entanto, logo depois do concerto, confessou: “Acho espetacular como um cantor da geração anterior consegue empolgar tanto a geração atual”. “É um cantor que a minha mãe gosta, que o meu pai gosta e eu nunca pensei que fosse gostar”, acrescenta Mariana Dias, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

À uma da manhã, um minuto de silêncio por Marlon Correia – apesar da música das barracas se continuar a ouvir à distância.

Depois, os Azeitonas não tardaram a chegar. O grupo portuense, veteranos no palco da Queima, interagiu com o público enquanto Miguel Araújo, o vocalista, filmou a audiência para usar as imagens no videoclip do próximo single da banda.

“Desenhos animados”, “Café Hollywood” e “Quem és tu, miúda?” foram algumas das músicas que mais agradaram ao público mas, tal como aconteceu no ano passado, o tema dos “aviões” foi o mai esperado. “Anda comigo ver os aviões” deixou o queimódromo mergulhado num ambiente romântico, onde todos se juntaram para cantar a letra que já sabiam de cor.