“Imagine que uma pessoa tem de fazer alguma coisa especificamente enquanto está no trabalho mas só se lembra quando já está noutro sítio. Isso está sempre a acontecer. Com este tipo de serviço, eu peço especificamente para receber um alerta no trabalho e o telemóvel, assim que detetar que estou nesse espaço, avisa-me”, explica Luís Gomes, um dos criadores do conceito da GeoAgenda, uma espécie de “robocop” das agendas.

“A agenda comum, onde uma pessoa anota o que tem a fazer em determinado dia, é a agenda 1.0. Depois, há as eletrónicas, que de acordo com as anotações, lançam um alerta. É a versão 2.0. A que nós fizemos é a terceira geração de agendas e adiciona a localização”, diz Luís. Uma ideia muito útil na hora de comprar o que está em falta na dispensa, por exemplo: “A pessoa anota que quer comprar leite e o telemóvel vai dar o alerta quando a pessoa passar em frente ao supermercado”. Impossível esquecer de comprar.

Mais eficiência, menos perda de tempo

Ponto de situação

Para já, o conceito geral já está definido, ainda que o software ainda não esteja desenvolvido, mas alguns detalhes ainda se mantêm em aberto. Ainda assim, a equipa aposta em seis meses como o tempo necessário para disponibilizar a GeoAgenda no mercado.

Mas a geolocalização não é a única característica que distingue a GeoAgenda. Aliás, a ideia nasceu por uma razão completamente diferente: “Em reuniões e encontros temos sempre de estar à espera de alguém. E em vez disso, pensamos em criar uma aplicação que nos diz quando tempo demoram as pessoas a chegar ao local marcado, desde o sítio onde estão”, conta Luís.

Como era pouco conteúdo para trabalhar, Luís e Filipe, ambos alunos de Mestrado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), lembraram-se de o incorporar numa agenda e, à custa disso, estão perto de acabar com os esquecimentos e as perdas de tempo. Uma óptima forma de fazer rentabilizar os dias, que muitas vezes parecem cada vez mais curtos.

Conceito já conquistou distinção internacional

Quem também reconheceu o valor da ideia foi o júri da categoria “University Challenge” da European Satellite Navigation Competition (ESNC), a maior competição internacional na área da navegação por satélite e na qual a equipa foi distinguida pela segunda vez consecutiva.

O passo seguinte é constituir a empresa a sério. Vai chamar-se “Outcapsa” e vai incluir não só este projeto, mas para vários que os estudantes, de 26 e 27 anos, têm “na manga”. Até lá, vão continuar com os concursos, a que têm submetido todas as suas ideias – e nos quais já arrecadaram vários prémios – para conseguir, essencialmente, “experiência e alguma divulgação”.