Longe fica o tempo da fita-cola ou do post-it a fixar artigos de revistas favoritos ou dos livros que vivem anos arrumados algures entre o pó e a confusão. O Boox (Books + Box) coloca o desafio: integrar nos espaços com que convivemos as imagens e histórias que costumam ser esquecidas.

É uma caixa em acrílico em forma de moldura, que permite expor não fotografias, mas páginas de revistas ou mesmo de livros. A esta estrutura juntam-se bolas de borracha anti-stress que suportam o material exposto, um conceito original que acabou por tornar o conceito patenteável. Para Pedro Albuquerque, designer que concebeu este projeto totalmente fabricado em Portugal, a ideia destina-se a aproveitar “o potencial fechado e esquecido que contém informação visual e verbal”. Em vez de procurar uma fotografia, gravura ou ilustração na decoração do espaço, o Boox convida-nos a rentabilizar a quantidade de imagens e conteúdos de que já gostamos e que já temos, tornando possível a sua exposição de forma apresentável.

Preço

Os preços para Portugal variam entre os 89 e os 239 euros, consoante o tamanho pretendido.

A vontade de dar projeção internacional levou-o à primeira apresentação ao público em setembro de 2012, na Tent London, durante a semana do Design em Londres. Desde logo chamou à atenção dos principais centros europeus deste nicho e países como a Holanda, Reino Unido, Dinamarca, França, Itália e Polónia mostraram-se interessados na compra dos Boox. A exportação acaba mesmo por ser a vertente mais forte do projeto, com o alargamento das vendas em lojas de design conceituadas, como a The Conran Shop (em Londres e em Paris) ou a Selfridges. Também nas vendas online o produto tem-se internacionalizado, com interesse crescente de países como a Austrália ou o Brasil.

Mesmo com o mercado interno em contração, o Boox abriu em novembro de 2013 a primeira loja monomarca, situada na LX Factory. Pedro Albuquerque faz um balanço positivo dos primeiros meses da loja em forma de outdoor: “Tem tido uma óptima receção. Às vezes as pessoas até param os carros para vir conhecer o espaço”.

Uma satisfação para o autor de um projeto que considera um exemplo do novo paradigma do design, em que o material é trabalhado em função da experiência como forma de colmatar “algo que as pessoas querem, mas ainda não têm plena consciência que querem” – neste caso, o desejo de dar vida às paredes com objetos incomuns. Isto porque o Boox tem “a especificidade de ser uma plataforma neutra, um caderno em branco incompleto”.

A versatilidade do produto permite-lhe, por isso, sustentar desde trabalhos de um artista plástico, uma coleção de vinis ou até mesmo criar um vídeo de animação em stop motion. Cabe a cada um conjugar a sua criatividade à decoração do espaço e, neste caso, pensar dentro da caixa.