Os britânicos deixaram bem claras as intenções que tinham para aquele concerto, ao abrirem com “Breathe”, um single reconhecido por muitos, retirado do já lendário álbum “Fat Of The Land” – e a atuação que se seguiu não destoou.

Num concerto que misturou os grandes êxitos da banda de big beat com músicas do último álbum de estúdio, “Invaders Must Die”, editado no já longínquo ano de 2009, os vocalistas Keith Flint e Maxim Reality ofereceram um trabalho competente que foi recebido com entusiasmo pelo público, que esperava por aquele concerto.

Já depois de “Thunder”, “Omen”, “Voodoo People” ou “Firestarter”, e depois de Maxim ter surpreendido muitos ao aparecer no meio do público, “Smack My Bitch Up” pôs todos a saltar e a dançar, e confirmou o que já se sabia: é a mais reconhecida e talvez mais bem conseguida música dos britânicos, que encerraram o concerto com “Their Law”, durante uma atuação em que os mosh pits foram numerosos, exaltados por Maxim, que puxava pelo público, a quem chamava “guerreiros”.

Skindred e Modestep aqueceram o público

A abertura do palco principal, já depois dos portugueses The Lazy Faithful e Capitão Fausto terem marcado o início do festival, ficou a cargo dos galeses Skindred. A banda de heavy metal surpreendeu muitos com a entrada em cena ao som da Marcha Imperial -, tema instrumental de John Williams retirado da série “Star Wars” -, mas ainda era clara a falta de público no recinto.

Ainda assim, os poucos fãs da banda fizeram questão de saltar e criar pequenos mosh pits, e acabaram brindados com o famoso mas talvez já algo esquecido “Harlem Shake”, que colocou todos a dançar com o vocalista.

Modestep puseram muita gente a saltar com um dubstep distorcido e repleto de solos de guitarra, além de algumas surpresas, como um remix de “Hangover”, dos Buraka Som Sistema, ou um trecho de “Fight For Your Right (To Party)”, dos The Beastie Boys.

O aniversário pedia outro público

Os Xutos & Pontapés, banda mítica do panorama musical português que apadrinha o festival, subiram ao palco por volta das 23h para a celebração dos 35 anos de carreira. Os portugueses não desiludiram os fãs mais ávidos da banda, embora o público presente no primeiro dia do Marés Vivas pedisse batidas mais agressivas, num dia em que o estilo musical dos outros artistas presentes no palco principal era bem diferente dos dinossauros do rock nacional.

Ainda assim, os Xutos mostraram que estão aí para as curvas com uma atuação competente, ainda que pouco enérgica, que cativou o público com o carisma habitual dos membros da banda.

Clássicos como “Contentores”, “Maria”, “Chuva Dissolvente” ou a eterna “A Minha Casinha” puseram o Cabedelo a cantar com Tim e companhia.