Quão penoso pode ser carregar um gesso durante três meses? O mau cheiro, a comichão, o peso… Foi a pensar nesses desconfortos que o designer turco Deniz Karasahin desenvolveu o “Osteoid” – em português, osteóide, uma mistura de proteínas segregadas por osteoblastos que formam a matriz orgânica dos ossos. Trata-se de um molde 3D que, segundo o criador, recupera ossos partidos num processo mais acelerado que os gessos comuns. O projeto venceu o Golden A Design Award mas, para já, ainda não foi aprovado para comercialização.

O “Osteoid” tem um sistema de vibração ultra-sónica de baixa densidade, que funciona em contacto direto com a pele e acelera a recuperação do osso, refere a memória descritiva do projeto. Segundo o mesmo documento, estudos cientíticos – como este, por exemplo – revelam que a de exposição diária aos ultra-sons durante um curto período é suficiente para acelerar a recuperação. Deniz Karasahin explicou ainda ao P3 que, “na verdade, esta tecnologia já tem cerca de 20 anos“. O projeto foi ainda acompanhado, desde o início, por um ortopedista.

O produto é personalizável para cada paciente através de um scanner 3D. A informação anatómica é depois transferida para um programa de modelação que determina o tamanho, a forma e a cor de cada molde. Karasahin concebeu ainda a peça com espaços abertos para oferecer mais conforto aos pacientes. Este design permite que o ar circule, reduzindo assim os odores, a comichão e possíveis irritações na pele.

Segundo Deniz Karasahin, o projeto está, atualmente, a ser avaliado pela Food and Drug Administration (FDA) – a agência dos EUA que regula, entre outras coisas, produtos terapêuticos. Já foi ainda solicitada a certificação europeia necessária para a comercialização do produto.