O Planetário do Porto está de volta depois de um período de remodelação que durou onze meses. A obra com o propósito de substituir o antigo sistema de projecção opto mecânica (Zeiss Spacemaster RFP DP3) por um novo sistema digital está finalizada e traz mais estrelas àquele a que chamamos “Centro de Ciência Viva da Universidade do Porto”. O novo sistema digital de simulação do espaço permite a observação de todo o Universo visível com um realismo incomparável.

Sobre o Planetário

Projetado pelo arquiteto José Manuel Soares, o Planetário do Porto abriu pela primeira vez ao público em novembro de 1998. Era propriedade da antiga Fundação para a Ciência e Desenvolvimento e teve como fundadores a Câmara e a Universidade do Porto. Em 2012, sofreu uma mudança de paradigma com a extinção da Fundação para a Ciência e Desenvolvimento, resultado de um programa governamental de avaliações. A partir desse ano, o Planetário do Porto passou a ser propriedade da Câmara do Porto com gestão direta do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP). Encerrou portas em julho de 2014 para remodelação do espaço e sistema de projecção do edifício e reabre ao público oficialmente dia 3 de junho totalmente modernizado elevando-se ao nível dos planetários europeus.

Em comparação ao sistema opto mecânico que projetava cerca de 60 mil estrelas dos dois hemisférios terrestres, o novo sistema digital é capaz de projetar cem mil estrelas e nebulosas e ainda quatrocentas mil galáxias, simulando a sua posição real no Espaço.

O sistema digital de simulação do Espaço contou com um investimento de 500 mil euros, dos quais, 60% foram financiados por uma candidatura a fundos comunitários no âmbito do programa: ON.2 – O Novo Norte e pela Universidade do Porto. Com produções realizadas na própria  instituição o Planetário do Porto é atualmente o maior planetário do país e único na Europa no que diz respeito à parceria dinâmica que mantêm com o centro de astrofísica, uma mais valia que o diretor executivo do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, Daniel Folha considera ser o fator que marca a diferença.

O novo sistema faz-se acompanhar por uma cúpula totalmente remodelada que foi feita à medida para o edifício. A nova cúpula é constituída por placas de alumínio – trinta e seis painéis por fila – e foi pintada especialmente pelo supervisor do projeto da Astrotec (empresa americana responsável pelo fabrico) tem capacidade para noventa e cinco lugares com dois especialmente reservados para cadeiras de rodas. O investimento resulta assim num espaço único que torna as viagens no espaço, uma experiência, ao alcance de qualquer visitante.

Biografia

Daniel F. M. Folha

Daniel F. M. Folha licenciou-se em Física/Matemática Aplicada, na Universidade do Porto em 1992, obteve o Mestrado em Astrofísica no Queen Mary & Westfield College (QMW), Universidade de Londres (Reino Unido) em 1993 e o Doutoramento em Astrofísica, também no QMW, em 1998. É investigador no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) desde 1998. Durante o ano de 1999 foi Astrónomo do CAUP no Isaac Newton Group (ING), em La Palma, Ilhas Canárias, Espanha. De 2005 a 2008 liderou um projecto Ciência Viva destinado à promoção da cultura científica através do desenvolvimento de atividades e materiais de divulgação de ciência no âmbito da Astronomia.

Quanto à programação, o Planetário tem várias novidades que incluem a exibição de filmes e documentários  com duração aproximada de 25 a 30 minutos cada projeção. Uma das grandes produções que será uma estreia em Portugal e será exibida na reabertura do edifício chama-se “Vida- Uma História Cósmica”, produzido pela California Academy of Sciences (Academia de Ciências da Califórnia).

Este filme, narrado na versão original pela atriz Jodie Foster, já tem uma versão portuguesa, onde o protagonista é Diogo Infante, e promete guiar-nos desde o átomo à célula e da célula ao organismo desde o dia em que tudo começou. Todos as projeções têm um caráter educativo que vai do primeiro ciclo ao secundário permitindo uma aprendizagem mais fácil de conteúdos programáticos de Biologia, Geologia e Química com o intuito de inspirar os jovens para as áreas cientificas e tecnológicas assim como para a astronomia.

A inauguração realiza-se no dia 2 de junho e conta com a presença do reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, João Lima (diretor do CAUP), Ana Noronha (diretora do Ciência Viva) e Daniel Folha (diretor Executivo do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva). Abre portas ao público dia 3 de junho com uma janela aberta para o universo.

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