Para os estudantes universitários, principalmente os que estão deslocados da sua terra natal, a limpeza nem sempre é a prioridade. A roupa e a louça suja acumulam-se, as festas deixam marcas ou simplesmente falta a energia. Para este nicho de mercado, um grupo de universitários propõe uma solução: o “Limpa-m’isto”. O JPN falou com João Ambrósio, fundador e um dos gestores da secção da empresa, no Porto.
Os fundadores, estudantes da Universidade do Porto (UP) e da Universidade Nova de Lisboa (UNL) criaram “uma rede de empregadas de limpeza ao dispor dos estudantes universitários quando eles mais precisam”. A ideia partiu de João Ambrósio que, sendo natural de Viseu, foi estudar para o Porto e sentiu o problema na pele.
Serviço “flexível” para jovens
O “Limpa m’isto” oferece soluções adaptadas à realidade “académica” de cada estudante:
8 euros/hora | Serviço ocasional
20 euros/3 horas | Limpeza profunda
26 euros/mês | 1 hora/Semana
A casa “académica” de João rapidamente se sujava e a melhor solução seria contactar uma empregada de limpeza. Procurar sozinho por uma profissional trazia problemas: em quem confiar? Procurar empresas da área também trazia complicações, uma vez que como explica o estudante, “ofereciam soluções rígidas, regulares e para outras carteiras”.
Desta necessidade surgiu a oportunidade de oferecer um serviço diferenciado. Sete jovens, de áreas da Medicina, Economia e Direito, coordenam os trabalhos em Lisboa e no Porto. A estes juntam-se sócios locais e, claro está, a “carteira de empregadas de limpeza”. As duas divisões da empresa têm autonomia para o agendamento, mas unem-se em torno da marca “Limpa m’isto”.
Da necessidade ao empreendedorismo
“Uma das falhas do mercado era não haver nenhum serviço virado só para o segmento do mercado universitário. As empresas apresentavam também falhas na comunicação e nos preços praticados. Nós tentamos que o registo mais informal e próximo dos jovens nos faça chegar a mais clientes”, argumenta João. Para já, estudantes deslocados, Erasmus e grupos de amigos que “fazem uma vaquinha nos jantares para a limpeza”, são os principais clientes.
Os alunos descobriram o nicho de mercado e foram atrás de empregadas “com experiência e de confiança”. Joana Cabral, também fundadora do projeto no Porto, já contratava os serviços de uma empregada doméstica, que aceitou integrar a “carteira de funcionárias” do “Limpa m’isto”. Entretanto esta sugeriu outras colegas experientes. Os estudantes fizeram então entrevistas, testes de limpeza e selecionaram a sua “frota de limpeza”.
Os jovens do “Limpa m’isto” estão a estudar os resultados das primeiras duas cidades para, como adianta o fundador,”talvez já em 2017″ alargar o serviço a cidades como Coimbra, Covilhã, Braga e Aveiro.
Sem reclamações nem grandes problemas, João Ambrósio revela que o episódio mais insólito foi mesmo aquando da inauguração da página de Facebook. “Os nossos amigos ficaram um pouco confusos pois não estavam a perceber se éramos nós que íamos limpar”, conta, bem disposto, o estudante.
As profissionais de limpeza selecionadas podem realizar serviços como lavar e aspirar o chão, limpar os vidros, lavar a louça, engomar a roupa, limpar a casa de banho e arrumar o quarto ou outras divisões.
Artigo editado por Sara Gerivaz