Os direitos das comunidades LGBTQ+ no mundo moderno, os direitos das mulheres e a igualdade de género, a segurança alimentar e o aquecimento global, e a questão da promoção de condições para os refugiados no Mediterrâneo foram os temas selecionados para o debate.
O Model United Nations (MUN) chegou à Universidade do Porto (UP) entre os dias 17 e 19 de abril para pôr os estudantes a discutirem os temas que fazem a agenda das Nações Unidas no mundo.
A ideia partiu de quatro amigos de diferentes faculdades da UP. “À medida que o mundo se torna cada vez mais globalizado, é importante que os jovens se mantenham a par do que é a ONU e das diferenças culturais e políticas entre os países. É importante que os estudantes procurem formas de contornar essas mesmas divergências”, revelou Natacha Santos, da organização.
Também Richard Zimler, orador convidado no primeiro dia, salientou a importância deste tipo de iniciativas, sobretudo para os próprios estudantes. “É muito importante que os alunos debatam os assuntos que são os mais importantes para o futuro deles. (…) O mundo tem imensos problemas. É a vossa geração, de 20/25 anos, que vai determinar a saúde do planeta”, admitiu o jornalista e escritor norte-americano.
Os restantes dias foram dedicados à discussão de diversos temas. Num ambiente formal mas de boa-disposição, estudantes de várias faculdades da Universidade do Porto e até de outras universidades, como Aveiro e Coimbra, puderam pôr de lado as suas convicções pessoais e defender os pontos de vista de um determinado país acerca das várias temáticas.
Para Bruna Martins, estudante da Línguas e Relações Internacionais na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e representante da Irlanda, a primeira vez que contactou com um MUN foi no secundário. “Inicialmente, a ideia de representar um Estado pode ser assustadora, mas a experiência revela-se incrível, porque testa a nossa capacidade de lidar com ideologias, opiniões que, por vezes, são diferentes das nossas. E já tinha saudades deste ambiente”, frisou a estudante.
Para Zimler, todos os assuntos são relevantes e devem ter a mesma prioridade: “O assunto mais urgente para ser discutido tem a ver com a própria vida de cada pessoa. (…) E isso não é mau. Cada pessoa tem a sua perspetiva e tem de lutar pelos seus direitos. Se toda a gente fizesse isso, teríamos um mundo de mais compaixão e solidariedade.”
No final, as opiniões foram unânimes: é uma experiência a repetir. “Acho que foi uma excelente iniciativa e, para o ano, espero voltar e reencontrar os delegados que participaram este ano. As amizades que se formam dão-nos ainda mais vontade de continuar a participar”, completou Bruna Martins.
A aprendizagem e o convívio proporcionados por este evento foram as mais-valias indicadas pelos participantes, valores vistos como fundamentais para os desenvolvimentos cívico, pessoal e social de qualquer estudante.
Artigo editado por Filipa Silva