Num jogo a contar para a 3.ª jornada da Liga Nos, o FC Porto não conseguiu bater o CS Marítimo e perdeu por 2-3, um resultado que premiou a eficácia dos insulares, a falta de concretização dos portistas – que falharam uma grande penalidade -, a par de alguma passividade azul e branca em alguns momentos do jogo. Rodrigo Pinho (2), Nanú, Otávio e Pepe foram os autores dos cinco golos do encontro.
A equipa de Sérgio Conceição saiu do encontro sem pontos e na segunda posição do campeonato. Já o Marítimo soma a sua segunda vitória, só perdeu em casa do líder, Santa Clara, que está no topo da tabela com um ponto de vantagem sobre os adversários. O Benfica pode isolar-se este domingo na liderança se bater em casa o Farense.
Em relação ao jogo no Bessa, Sérgio Conceição trouxe duas novidades ao onze inicial. Diogo Costa e Luis Díaz, entraram para os lugares, respetivamente, de Marchesín, lesionado, e de Uribe. Do lado visitante, Lito Vidigal fez três alterações. Fábio China, expulso, fez saltar Hermes para o jogo. Já Correa e Lucas Áfrico, entraram para os lugares de Edgar Costa e Cleber, respetivamente.
Balança equilibrada na primeira parte
O jogo começou com uma atitude autoritária e com a posse de bola do lado do FC Porto. Depois de uma tentativa inaugural e infeliz de Luis Díaz, que rematou contra a defesa adversária, foi o Marítimo que chegou ao golo logo aos 12 minutos. Correa foi o autor ao desviar o remate rasteiro de Hermes. O golo foi, contudo, anulado por fora de jogo. Mas estava feito o aviso.
Ao minuto 24, o Marítimo chegou mesmo à vantagem. Foi Rodrigo Pinho, desta vez em posição regular, quem inaugurou o marcador no Dragão. A assistência foi de Winck que com um passe longo para as costas da defesa azul e branca desmarcou com facilidade o companheiro de equipa. Pinho deixou pelo caminho Pepe e Mbemba e atirou, certeiro, para o canto da baliza de Diogo Costa. Mérito para a equipa madeirense, que justificava à altura o resultado.
A coesão defensiva dos maritimistas obrigava o FC Porto a procurar chegar por fora à baliza adversária. A primeira parte continuou com muitas investidas da formação “azul e branca”.
Já nos últimos minutos, foi Pepe quem relançou o FC Porto. Na sequência de um canto cobrado por Alex Telles, o central portista não desperdiçou e com um cabeceamento certeiro fez história: com 37 anos e sete meses é o jogador mais velho da história do FC Porto a marcar.
As equipas recolheram ao balneário com a igualdade a uma bola no marcador.
Insulares mais eficazes
A supremacia portista do final da primeira parte pareceu não entrar em campo na segunda. Logo aos 52 minutos, o Marítimo voltou a ficar em vantagem. Na conversão de um livre na zona frontal, Correa acertou na trave. Na recarga, foi novamente Rodrigo Pinho quem marcou. Desta vez de cabeça.
Insatisfeito, Sérgio Conceição fez a primeira alteração do encontro. Aos 54 minutos, entrou o reforço Taremi para o lugar de Díaz.
Mesmo em desvantagem, era o FC Porto a ameaçar. Jogava-se apenas nos últimos 30 metros do relvado.
Com os dragões obrigados a correr atrás do prejuízo, foi aos 70 minutos que surgiu uma oportunidade flagrante: Corona rematou à trave e, na recarga, Sérgio Oliveira esteve a poucos milímetros de marcar. Valeu o corte no limite de Renê que impediu a bola de transpor a linha de golo na totalidade.
As oportunidades eram sucessivas, mas a falta de eficácia na finalização tramou os Dragões. Aos 88’, Alex Telles falhou a conversão de um penálti e dificultou a tarefa portista.
Já na compensação, Nanú fez o 3-1 para o Marítimo. Numa transição rápida, rematou forte de fora da área. Impossível a defesa para Diogo Costa.
Quando todos pensavam que estavam fechadas as contas no marcador, Otávio reduziu para 3-2 e Zé Luís tentou, ainda, o empate com um pontapé de bicicleta que acabou nas mãos de Amir.
O jogo terminou assim com a vitória do Marítimo por 3-2 e com a consequente descida do FC Porto ao segundo lugar da tabela classificativa.
Derrota com “culpa própria”
Sérgio Conceição mostrou-se extremamente desiludido com a prestação da sua equipa na generalidade do encontro. O técnico assumiu que a derrota teve “culpa própria” e apontou a passividade e a falta de “eficácia defensiva” como as duas principais falhas do encontro. Conceição afirmou também não estar surpreendido com o “anti-jogo” por parte do adversário e rematou, “não me surpreendeu nada o Lito Vidigal mandar os jogadores deitarem-se no chão”.
“Vitória vai ser notícia mundial”
Em conferência de imprensa, Lito Vidigal optou por não tecer comentários sobre o “anti-jogo” de que a sua equipa é acusada. Ao invés, preferiu enaltecer a boa prestação dos seus jogadores e a vitória que considerou muito importante: “estas vitórias tornam o futebol português mais competitivo, mais vistoso e certamente será notícia mundial.”
Depois da paragem da próxima semana para as seleções, o FC Porto desloca-se a Alvalade para defrontar o Sporting CP (18 de outubro). Já o Marítimo CS recebe na Madeira o Portimonense, no mesmo dia.
Artigo editado por Filipa Silva