Desde o início do ano letivo, que este ano começou a 21 de setembro, e até à última terça-feira (13), foram identificados, na Universidade do Porto, 231 casos positivos de COVID-19 entre os estudantes da instituição a que se somam dez casos de docentes e investigadores. O balanço foi avançado pela Task-Force da UP à comunidade académica, ao final da tarde de quinta-feira.

Dos 231 casos verificados entre os estudantes, 101 dizem respeito ao surto identificado entre os estudantes de mobilidade, que afetou também estudantes do Politécnico do Porto, e que foi notícia há cerca de uma semana. A nota não especifica quantos elementos da comunidade estarão de momento a cumprir isolamento profilático.

A Task-Force reitera também que “de acordo com a avaliação das Autoridades de Saúde, não foi registado qualquer surto com origem em atividades letivas ou de investigação no seio da Universidade do Porto, estando a origem dos casos maioritariamente relacionadas com atividades e convívios de cariz social ou familiar.”

No dia em que o país entrou em estado de calamidade, o grupo de trabalho da UP dedicado à pandemia reforça o alerta para o cumprimento das normas de higiene e segurança estabelecidas, e sublinha a importância de todos os casos confirmados serem comunicados à Task-Force através do e-mail [email protected].

A mesma nota recorda ainda que a Universidade tem montada uma equipa de voluntários para fazer a entrega de bens de primeira necessidade aos membros da comunidade académica que se encontrem em isolamento por indicação das autoridades de saúde.

A instituição anunciou também, no início desta semana, o alargamento do programa de testes serológicos – que é gratuito e de participação voluntária – a todos os estudantes de Licenciatura e Mestrado Integrado da universidade.

Novas medidas em vigor

Com o estado de calamidade entraram em vigor em todo o território nacional novas medidas, decretadas pelo Governo, que incluem a limitação dos ajuntamentos a cinco pessoas, quer na via pública quer em espaços de natureza comercial e de restauração; a proibição da realização de festejos académicos e atividades de caráter não letivo ou científico; e a recomendação para o uso de máscara ou viseira na via pública, bem como a utilização da aplicação “StawAway Covid”.

O Executivo apresentou também, na quarta-feira à noite, à Assembleia da República, uma proposta de lei, a que alguns órgãos de comunicação social tiveram acesso, que visa tornar obrigatório o uso da máscara em espaços públicos para todas as pessoas com mais de dez anos sempre que não haja condições para cumprir as normas de distanciamento social. A mesma proposta solicita que se torne obrigatória a instalação da aplicação “StawAway Covid” em contexto laboral, escolar e académico e na Administração Pública. A proposta prevê a aplicação de multas até 500 euros nos casos de incumprimento individual, entregando às forças de segurança o poder de fiscalização.

A proposta, que foi apresentada pelo Governo com caráter de urgência, e que não reúne consenso das forças políticas com assento parlamentar, deve ser discutida no Parlamento dentro de uma semana. A Comissão Nacional de Proteção de Dados e a Associação D3 (Defesa dos Direitos Digitais) foram algumas das entidades que já se manifestaram contrárias à intenção do Governo.

De acordo com o último balanço da Direção-Geral da Saúde, foi batido, esta quinta-feira, um novo recorde diário de infeções pelo novo coronavírus – 2.101 casos positivos – estando o país, contudo, ainda longe do número de internamentos registados no pico da primeira vaga epidémica, em abril.