Apesar do processo de vacinação no concelho do Porto rondar as poucas centenas de vacinas administradas por dia, o presidente da Câmara, Rui Moreira, afirma que está a trabalhar no fortalecimento da capacidade do concelho, “que é ainda ténue”, para quando chegar a vacinação em massa. 

Na reunião do Executivo Municipal, que decorreu esta segunda-feira de manhã, Rui Moreira afirmou que a autarquia tem reunido regularmente com os Agrupamentos de Centros de Saúde do Porto (ACES) “no sentido de criar as condições para facilitar esta fase da vacinação”.  Relembrou a disponibilização da Escola António Aroso, “que neste momento está a funcionar como centro de vacinação na zona ocidental”, e a montagem de uma estrutura de recobro em Vale Formoso, para apoio de quem vai ser vacinado. Avançou, ainda, que as juntas de freguesia estão “empenhadas, também, em ajudar a criar novos locais”, nomeadamente a Junta de Campanhã, que cedeu o seu auditório, e a Junta do Bonfim, que disponibilizou o seu salão nobre. A Escola do Sol, localizada na zona da Sé, foi alvo de visita na manhã desta segunda-feira, e servirá de centro de vacinação ainda esta semana

As informações surgiram após uma proposta do vereador do PSD, Álvaro Almeida, para que a Câmara pudesse apoiar a deslocação dos idosos aos centros de vacinação: “Os idosos precisam de deslocar-se, uma distância já razoável, e estamos a falar de pessoas com mais de 80 anos, muitas delas que vivem sozinhas e que não têm facilidade em encontrar transporte para, de repente – porque parece que este processo é de repente – as pessoas serem chamadas da manhã para a tarde ou para o dia seguinte”, expôs. 

Cristina Pimentel, vereadora dos Transportes, tomou a palavra para confirmar que a autarquia está a trabalhar acordos, “a ser finalizados”, com as duas centrais de táxi operacionais na cidade “para que sejam parte ativa no transporte de e para os centros de vacinação”. O presidente da Câmara do Porto acrescentou que a iniciativa seria vantajosa para ambas as partes, uma situação, se quisermos, win-win”, dada a crise que está a afetar o setor do táxi. 

Para além disso, e dentro do âmbito do plano de micromobilidade para os centros de vacinação, foi feito o reforço de algumas linhas da STCP, informou a vereadora. 

O vereador Fernando Paulo acrescentou, ainda, que a autarquia cedeu três viaturas ligeiras ao ACES, para auxiliar o processo de testagem e vacinação em lares, que em algumas situações “excecionais” estão a ser feitas ao domicílio. 

Centro de vacinação drive-thru no Queimódromo

O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP) recordou ainda que o município apresentou um centro de vacinação em formato drive-thru no Queimódromo, a 10 de fevereiro, que conta com o apoio da Unilabs Portugal. Ao projeto pioneiro, que possibilita que as pessoas sejam vacinadas sem terem de sair do carro, juntam-se mais duas opções: Temos ainda mais duas situações previstas: um walk-in nos Jardins do Palácio de Cristal e outro drive-thru no antigo parque de recolha da STCP em São Roque”, esclareceu. 

Rui Moreira deixou, por fim, a ideia de que se o Governo quer ter 70% da população vacinada até ao final do verão, “isto tem de corresponder a um esforço de vacinação absolutamente titânico, de cerca de 100 mil vacinas por dia”. 

Porto quer ser pioneiro na retoma do turismo

Ainda na reunião desta manhã, o vereador com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, explicou que o executivo está a preparar a retoma do turismo na cidade, tendo no horizonte sobretudo o verão de 2022.

A autarquia não espera que o turismo volte em massa e, por isso, quer apostar na qualificação da oferta. Assim, Ricardo Valente explicou que o executivo quer implementar o Plano Municipal de Reconhecimento “Confiança Porto”. Este projeto consiste na atribuição de  selos de confiança a alojamentos e empreendimentos turísticos que obtenham os melhores resultados ao nível da segurança, limpeza, higiene, acessibilidade, ambiente e acolhimento. “Este programa assenta na necessidade que identificámos de preparar a cidade para o novo normal, para a reabertura. E o que nós queremos é preparar a cidade para esta reabertura, isto sempre na lógica do Porto como destino de excelência e de qualidade”, reforça. 

Os objetivos da atribuição do selo “Confiança Porto” são “qualificar o setor do alojamento turístico, contribuindo assim para uma oferta de excelência” e garantir que o setor cumpre “um conjunto de requisitos capazes de perpetuar este serviço de excelência”, explicou o vereador.  

Ricardo Valente considera que a cidade do Porto “está a ser pioneira do ponto de vista do programa de reconhecimento” e que este projeto pode contribuir para uma implementação a nível nacional que “dê lugar a uma certificação de excelência e sustentabilidade da oferta turística”. Aliás, algo que tem sido debatido com a secretária de Estado do Turismo. O programa será de cariz voluntário e formativo. 

Questionado pelo vereador do PSD, Álvaro Almeida,  se este seria o tipo de programa que a Câmara do Porto deveria promover, Ricardo Valente admitiu que este projeto tem riscos para a autarquia, mas é um “trabalho de promoção e de qualificação” dos alojamentos locais em que a Câmara deve apostar. 

Artigo editado por Filipa Silva