Com um projeto focado na promoção da participação cívica dos jovens do Porto, a Biothentic, equipa formada por quatro estudantes de Bioengenharia da Universidade do Porto, venceu o Do Well Do Good Challenge. A proposta Cidadania 5.0, de Carolina Couto, Cristiana Couto, Inês Monteiro e Inês Passos Fernandes, convenceu o júri que anunciou os vencedores na passada quinta-feira (1).

A proposta das quatro estudantes, com idades compreendidas entre os 22 e 23 anos, quer contribuir para solucionar um problema estrutural da juventude portuense. O prémio de 750 euros vai servir como investimento para a aplicação real do projeto. O concurso partiu de um caso de estudo, fornecido pela Câmara Municipal do Porto (CMP), que contribuiu também com dados e estatísticas atualizados.

O objetivo foi criar um projeto “que seja um jogo e que consiga envolver jovens”, aproximando-os da Câmara Municipal do Porto na tomada de decisões, explicou a equipa ao JPN. A equipa idealizou ainda uma aplicação chamada “PassaPorto”, inspirada no novo cartão da CMP.

Segundo Inês Monteiro, um dos membros da equipa, o ponto de partida do projeto foi o mais complicado: “Fomos fazendo por tentativa-erro. No início, estávamos um bocado perdidas”, confessa. Mas com a ajuda dos mentores e sugestões dos pais das estudantes, a equipa chegou à ideia base do projeto: criar assembleias participativas para os jovens, com votação online, projeto que batizaram de Cidadania 5.0. O lema do grupo, acrescentou Inês Fernandes, “foi mesmo uma solução de jovens para jovens”.

O grupo da Biothentic acredita que este projeto pode afetar a juventude de uma forma positiva. Para além disso, ainda ajudou as jovens a expandir horizontes. Sendo estudantes de Bioengenharia – mestrado integrado dado em conjunto pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar -, as quatro conseguiram criar um projeto fora da zona de conforto e compreender que não estão limitadas ao que aprendem na faculdade. “Conseguimos fazer muito mais coisas e isso é um ponto muito positivo para nós”, assinalou Inês Fernandes. Também as formações dadas ao longo do concurso foram uma mais-valia para o futuro das estudantes.

O “Do Well Do Good Challenge”, organizado pela ShARE-UP – filial da organização internacional ShARE na Universidade do Porto – teve o apoio da CMP e contou com 36 horas de formações, networking e resolução de um caso de estudo. O desafio foi encerrado num evento realizado por videoconferência, no qual se reuniram as cinco equipas finalistas, além dos mentores e parceiros da competição. O júri formado por Bernardo Almada-Lobo (professor da FEUP), Rui Coutinho (diretor-executivo da Porto Business School) e Diogo Meireles (representante da CMP) anunciou no final a equipa vencedora.

A equipa não estava à espera de ganhar, mas está ansiosa por reunir e dar o próximo passo. Inês Fernandes referiu que vão agora “pensar como implementar” o Cidadania 5.0 no futuro. O objetivo do desafio era esse mesmo. Criar um projeto que pudesse ser aplicado na vida real, de forma a solucionar um problema da juventude portuense.