A Associação de Repórteres de Imagem de Portugal (AREPI) convoca todos os profissionais do setor para saírem à rua num protesto que se inicia esta quinta-feira (6) na Rua António Alçada Batista, perto do Estádio da Luz, em Lisboa, a partir das 13h00.

O protesto tem como propósito chamar a atenção para a “frequência de ataques verbais e físicos a equipas de reportagem”, aquando do exercício das suas atividades profissionais, refere a AREPI, assegurando que episódios desta natureza “têm ocorrido com maior frequência e gravidade”, como pode-se ler no comunicado partilhado nas redes sociais da associação.

A Associação de Repórteres de Imagem acrescenta que se trata de “um protesto silencioso” e está aberto a “todos os profissionais da comunicação social”, pedindo apenas que se vistam de negro.

Cena de violência em Moreira de Cónegos na origem da manifestação

O protesto dos profissionais foi espoletado pelo episódio de agressão a um repórter de imagem da TVI, no passado dia 26 de abril, após o jogo da Primeira Liga de futebol, entre o Moreirense e o FC Porto.

O agente de jogadores, Pedro Pinho, foi o protagonista do episódio, tendo já sido alvo de um processo disciplinar por parte do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Também o Ministério Público vai abrir um inquérito pela agressão ao repórter de imagem, segundo avançou a agência Lusa logo a 27 de abril.

A cena de violência foi amplamente criticada, depois de divulgadas imagens do sucedido. Entre as entidades que condenaram publicamente o ato de agressão estão a Associação dos Jornalistas de Desporto (CNID) e o Sindicato dos Jornalistas (SJ).

A Associação dos Jornalistas de Desporto classificou a agressão como “absurda” e “inaceitável” e pede que as “forças policiais tenham mais atenção a casos como este”. O Sindicato dos Jornalistas afirma que “o recurso à violência verbal e física contra os profissionais de comunicação social não é admissível numa democracia” e exigiu uma tomada de posição rápida ao Ministério Público.

Artigo editado por Filipa Silva