Sporting CP e FC Porto empataram, este sábado, 1-1, numa partida que começou e terminou com as duas equipas em igualdade pontual na classificação. Um jogo de chama viva que deixou o SL Benfica na liderança do campeonato com uma vantagem de quatro pontos.

Caía a noite em Alvalade quando Sporting CP e FC Porto entraram em campo.  O jogo de maior cartaz da 5.ª jornada da Liga Bwin jogou-se na ressaca das seleções e na antecâmera da primeira jornada da Liga dos Campeões, que as duas equipas vão disputar já na quarta-feira. 

A bola começou a rolar com verde de um lado, azul do outro, e amarelos a voarem por toda a parte. Viveu-se um ambiente fervilhante, desde cedo, com três cartões a serem mostrados pelo árbitro Nuno Almeida nos primeiros quatro minutos de jogo. Um presságio para o que seria o resto da partida.

No primeiro quarto de hora, as duas equipas jogaram num ritmo elevado, a pressionarem alto e com grande intensidade, mas com a formação portista a conseguir ter mais profundidade ofensiva. 

Uma realidade que se alterou drasticamente aos 16 minutos: Matheus Nunes descobriu Porro no corredor direito e serviu-o com um passe longo. A bola foi ter aos pés do lateral espanhol que cruzou rasteiro para a área, onde apareceu Nuno Santos a esticar o pé esquerdo e a desviar a bola ao segundo poste, sem hipótese de defesa para Diogo Costa, guarda-redes dos dragões. O médio do Sporting regressou ao onze titular após lesão de Pedro Gonçalves, que também ficará de fora nos próximos dois jogos. Estava ganha a vantagem para os da casa.

Na resposta, os jogadores de Sérgio Conceição desperdiçaram a oportunidade de igualar o marcador, com Otávio a aparecer no lado direito do ataque e a cruzar a meia altura para Jesús Corona, que cabeceou para fora, sem grande perigo para a baliza de Ádan. 

Depois de sofrer o golo, a equipa portista não conseguiu encontrar o equilíbrio, com muitos passes falhados e falta de critério na construção.

O Sporting CP ameaçava a defesa do FC Porto cada vez com mais perigo, com Pedro Porro a rasgar o corredor direito leonino e a ser o elemento mais desequilibrador, fazendo suar Marcano. O central dos dragões, que se manteve na lateral esquerda nesta partida, viria a ser substituído juntamente com Bruno Costa – dois jogadores “amarelados” – ainda antes do fim do primeiro tempo, para a entrada de Manafá e Sérgio Oliveira.

À meia hora de jogo, a figura de destaque era o guardião dos dragões. Diogo Costa fez duas enormes defesas no duelo com Nuno Santos, negando por duas vezes o segundo golo ao ex-Rio Ave. No final da partida, o troféu de “homem de jogo” acabaria mesmo por ser entregue ao guarda-redes portista.

Magia no meio do fogo

A segunda parte teve início sem grandes mudanças. A formação de Sérgio Conceição continuava sem conseguir criar perigo, e Porro evidenciava-se como a maior fonte de problemas para os dragões. Até que, por volta dos 70 minutos, após a entrada de Toni Martinez – que rendeu João Mário – e com a notória quebra física do lateral direito dos leões, o FC Porto começou a ter bola e alguma capacidade de criar oportunidades.

Ainda em desvantagem na partida, e com o relógio a não perdoar, estavam desenhadas as circunstâncias para o aparecimento de um génio: Uribe foi buscar a bola na direita e deixou para Corona que variou o centro de jogo, passando longo para Luis Díaz, que aparecia na esquerda do ataque portista.

O colombiano recebeu, ajeitou para o pé direito, deslizou para o centro e rematou colocado, da entrada da área, para o segundo poste. Ádan bem se estirou, mas o arco desenhado pela bola foi além do alcance do guardião. Este foi o segundo golo de Luís Diaz em menos de 48 horas – tinha marcado no jogo da Colômbia frente ao Chile, no qual jogou 92 minutos.

O período final ficou marcado por paragens constantes e alguma agitação, havendo ainda tempo para Toni Martinez ser expulso ao ver dois cartões amarelos em dois minutos. O empate 1-1 foi o resultado final, com o SL Benfica a ser o maior beneficiado, ficando agora na liderança da tabela com uma vantagem de quatro pontos sobre os dois rivais. Os encarnado golearam o Santa Clara, na tarde de sábado, por 5-0.

“Justo ou não justo, é o que é”

No final da partida, Sérgio Conceição abordou a intranquilidade da equipa em alguns momentos, num jogo que reconhece não ter sido “bonito tecnicamente”. Relativamente ao resultado, o técnico dos dragões constatou que “justo ou não justo, é o que é”.

A propósito da arbitragem da partida e do intercâmbio de árbitros internacionais no campeonato português, que se verificou já nesta jornada no jogo entre Paços de Ferreira e Sporting de Braga, Conceição assegurou que “os nossos árbitros não são inferiores a nenhuns outros dos países” onde teve “oportunidade de jogar, ou como jogador , ou como treinador”.

“Fomos melhores, merecíamos vencer”

No comentário ao clássico, Rúben Amorim considerou o resultado penalizador para os leões e acrescentou que na primeira parte podiam ter resolvido o jogo. Numa partida com “muita luta e pouco espetáculo”, o treinador leonino afirmou: “Fomos melhores, merecíamos vencer”. Em relação ao FC Porto, Amorim destacou a maturidade da equipa: “ O FC Porto é uma equipa mais madura. Nós vamos lá chegar. Precisamos destes jogos semana sim, semana não”.

FC Porto e Sporting CP jogam no próximo domingo para o campeonato: os dragões recebem o Moreirense e os leões vão ao Estoril. Antes, os jogadores de Sérgio Conceição e Rúben Amorim vão jogar a primeira jornada da Champions, já esta quarta-feira, frente ao Atlético de Madrid e ao Ajax, respetivamente.

Artigo editado por Filipa Silva