É um número que fica, para já, para a história: de acordo com dados divulgados esta quinta-feira pela Direção-Geral das Estatísticas da Educação e da Ciência, no ano letivo 2020/2021 estavam inscritos 411.995 estudantes no ensino superior português, o número mais elevado de que há registo.

O valor representa uma subida de 4% face ao ano anterior – mais 15 mil estudantes – a taxa de crescimento anual mais elevada da última década, como nota o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) que ontem emitiu uma nota de imprensa sobre os dados.

Há, como refere o MCTES, um ciclo de expansão no ensino superior em curso em Portugal, com o número de inscritos a aumentar de ano para ano desde 2015. Este ano, o número de colocados através do concurso nacional de acesso voltou a ser elevado – o segundo mais elevado dos últimos 30 anos, mas abaixo do ano anterior – pelo que o máximo este ano registado pode ser batido.

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É nas instituições públicas que o crescimento do universo de alunos mais se tem feito sentir, mas também o ensino privado está em recuperação depois da continuada quebra sofrida no presente século. O ensino público é responsável por 81% dos incritos.
Olhando os números da DGEEC dos últimos 20 anos, regista-se também que, em termos regionais, foi na região Norte que mais cresceu o número de inscritos (+16%).
Quanto às áreas de saber, as ciências empresariais, de administração e Direito são as que têm a maior fatia de alunos, mas duas destacam-se do gráfico analisando as duas últimas décadas: a queda do número de inscritos na área da Educação (-73%) e a subida na de Saúde e Proteção Social (+83%), a terceira mais concorrida.

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Em termos de género, e pegando também nos últimos 20 anos, é sobretudo entre o sexo masculino que se tem verificado a maior subida. As mulheres continuam, contudo, a constituir a maioria – são 54% do total de inscritos.
Por grau e ensino, 57% dos inscritos são estudantes de licenciatura e 16% de mestrado. Nos doutoramentos, registou-se também um recorde no ano passado com 23.544 inscritos, mais 8% que no ano anterior.
Enorme foi também o aumento do número de estudantes internacionais que estão em Portugal a tirar um curso completo, os chamados estudantes internacionais de grau. Este universo sofreu um crescimento de 179% em relação a 2015, sendo o Brasil o maior responsável por este aumento. Dos cerca de 47 mil estudantes com este estatuto, 17 mil (37.5%) são estudantes brasileiros.