Fundado em 1912, apenas um ano depois do nascimento da Universidade do Porto (UP), o Orfeão Universitário do Porto (OUP) celebra este ano o 110.º aniversário. Criado por estudantes, para estudantes, o propósito do OUP sempre foi perpetuar valores musicais, culturais e académicos na cidade Invicta.

A música “Amores de Estudante” é tradição no Orfeão Universitário do Porto. Rosa Neves Azevedo

O 110.º aniversário já foi assinalado no dia 6 de março, mas foi no início de abril que começaram os festejos, que se vão prolongar até 2023. O programa é variado e tem como objetivo dar a conhecer a cultura musical tradicional portuguesa, desde o Cante Alentejano ao Fado Académico.

O primeiro evento aconteceu na última sexta-feira, no Salão Nobre da Reitoria da UP, e contou com a presença dos 11 grupos artísticos do Orfeão Universitário do Porto. Convidado de honra foi o Orfeon Académico de Coimbra, que nasceu em 1880 – o que faz dele o coro mais antigo de Portugal. Anos mais tarde, este grupo inspirou a fundação do OUP.

Esta sexta-feira (8), arranca a famosa Digressão de Páscoa. A tour, que se estende até dia 12, já é uma tradição centenária do Orfeão. Este ano, os orfeonistas vão passar por Vale de Cambra, São João da Madeira, Arouca e Cacia.

Ainda em abril, no dia 29, a Igreja do Foco vai ser palco do Encontro Nacional de Coros da Universidade do Porto, pelas 21h00. Para além do Orfeão Universitário do Porto, também vão participar o Coro da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto, o Orfeon Académico de Coimbra e Coro Académico da Universidade do Minho.

O programa de festas continua pelo ano fora com exposições e outros espetáculos. Em maio, acontece o Sarau Anual, que Inês Costa, presidente do OUP desde outubro, considera “uma homenagem à cultura portuguesa” por permitir “a difusão de valores e tradições do nosso país”. Mais tarde, em junho, a Reitoria da UP vai receber um Encontro Etnográfico, onde também haverá workshops e outras atividades paralelas. Já em setembro, na Serenata Intergeracional, “vão juntar-se várias gerações de orfeonistas num momento tradicionalmente académico”.

Ao JPN, Inês Costa confessa que este regresso tem sido “um desafio”. “Este ano estão a voltar a acontecer as coisas todas e muitos de nós, por causa da pandemia, não temos a experiência que outras gerações tinham em termos de atuações e até da organização de eventos”, explica.

Ainda assim, o resultado “é gratificante” e, acima de tudo, “o foco é conseguir unir gerações, voltar a fazer os espetáculos e as digressões e trazer pessoas para celebrar aquilo que o Orfeão foi e é”. É esta a marca que a atual presidência quer deixar nos 110 anos de História.

O fim dos festejos está pensado para 2023, com o Sarau de Encerramento e a Exposição dos 110 anos para “terminar em grande”.

Artigo editado por Filipa Silva