Visitantes foram os primeiros a marcar, o Boavista deu a volta ao marcador, mas, já depois dos 90, Justin De Haas igualou o resultado. Jogo, que esteve para não se realizar, terminou com três expulsões e muitas críticas à arbitragem.

Num jogo equilibrado, Boavista e Famalicão acabaram empatados. Foto: Boavista FC/X (Twitter)

O Boavista empatou a duas bolas, este sábado (30), diante do Famalicão, no Estádio do Bessa, num jogo emotivo, que esteve para não acontecer e que terminou com muitas críticas à arbitragem.

Vindos da primeira derrota da temporada, em Braga, os axadrezados deram tudo para dar seguimento ao promissor arranque do campeonato. Lograram dar a volta ao marcador, que começou por ser favorável aos famalicenses, mas já depois dos 90 minutos viram Justin Haas empatar o jogo. Três jogadores acabaram expulsos na fase final da partida.

Feitas as contas, o Boavista fica num respeitável quarto lugar, a um ponto do FC Porto. O Famalicão termina a sétima jornada no sétimo lugar, consolidando as suas aspirações à Europa.

Jogo esteve em perigo 

O dia dos axadrezados iniciou-se com o cancelamento do treino matinal pela falta de médicos do clube. O departamento clínico exigia o pagamento dos salários em atraso, ameaçando não comparecer à partida.

Segundo o regulamento das competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, é obrigatória a presença de um médico da equipa no banco. Durante a tarde de sábado, a SAD do Boavista regularizou os pagamentos, evitando uma derrota por falta de comparência.  

Já no domingo, foi a vez dos funcionários do estádio anunciarem epla mesma razão – salários em atraso – uma greve.

Primeira parte com perigo junto às balizas

 A primeira jogada de perigo do jogo foi dos axadrezados, com um remate perigoso de Morais à entrada da área do adversário, mas foi o Famalicão a abrir o marcador, com um golo de Cadiz, aos 12 minutos.

O capitão dos visitantes converteu uma grande penalidade assinalada por falta de Chidozie sobre Chiquinho. O VAR analisou o lance por se suspeitar que Moura estava em fora do jogo, mas concluiu que não, validando o golo.

O Boavista respondeu meia hora depois. Salvador Agra bateu o canto que Reisinho, de cabeça, transformou em golo. Os axadrezados foram para o intervalo com um empate a uma bola e a moral renovada.

Ambas as equipas tiveram uma boa prestação na primeira metade, tendo criado situações de perigo junto às balizas. 

Segunda parte marcada pela confusão entre os jogadores

Na segunda parte, a equipa da casa criou algum perigo e conseguiu chegar à vantagem através de Salvador Agra, que marcou ao minuto 69. O lateral, que tinha feito a assistência para o primeiro golo, respondeu com um remate colocado a um cruzamento de Bruno Onyemaechi, com a bola ainda a sofrer um desvio em Justin.

Durante os festejos instalou-se a confusão entre as duas equipas, junto aos bancos. A zaragata resultou em dois cartões vermelhos diretos para Cadiz e Chiquinho, jogadores do Famalicão. Este último já se encontrava no banco, após ter sido substituído por Gustavo Sá.

O jogo, que se manteve tenso até ao final, ainda viu uma terceira expulsão: Tiago Morais saiu aos 78′, por acumulação de amarelos.

A arbitragem foi alvo de críticas de ambos os lados pelo número de faltas assinaladas. Foram mostrados, ao todo, nove cartões amarelos, além dos três vermelhos, facto que aumentou as tensões entre as equipas.  

Nas bancadas, a mancha axadrezada não deixou de apoiar os seus jogadores – num estádio com apenas 28% dos lugares ocupados -, mas também deixou claro o descontentamento com as decisões da arbitragem. 

A fechar esta segunda parte de ânimos exaltados, ainda houve tempo para voltar a mexer no marcador. Depois de várias substituições, Justin De Hass marcou o último golo da partida em tempo de compensação, aos 90+2 minutos, e deu ao Famalicão o ponto que parecia que lhe ia fugir.

Petit “frustrado”, mas “satisfeito” 

No início da conferencia de imprensa, o treinador axadrezado mostrou-se satisfeito com o desempenho da equipa, apesar do resultado: “[Saímos do jogo] Frustrados por perder dois pontos, mas satisfeito com o comportamento, atitude e compromisso que os jogadores têm.”

Questionado a falar sobre a arbitragem, o técnico desvalorizou: “Vejo os programas televisivos e só se fala da arbitragem, não daquilo que foi o jogo”, disse o treinador do Boavista na conferencia de imprensa. Concordando com o que Miguel Ribeiro tinha dito anteriormente, Petit mostrou-se descontente, mas apelou à serenidade.  

Falou ainda do assunto pré-jogo, os salários em atraso dos profissionais do clube: “Não é fácil para ninguém, mas temos de continuar”, afirmou. O técnico frisou que tem feito um esforço para que a situação não afete o desempenho dos jogadores. 

Miguel Ribeiro: “A nossa insatisfação é pública” 

 Na conferência de imprensa, Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, substituiu João Pedro Sousa e, visivelmente agastado, fez várias críticas à equipa de arbitragem: “Conjunto enorme de faltas, más decisões a levar jogo para o caos”, afirmou aos jornalistas. 

Miguel Ribeiro afirmou que os árbitros assumiram papel de protagonistas durante o jogo: “Não conseguimos dizer quem joga bem, ou joga mal, só se fala de arbitragem.”   

“A nossa insatisfação é pública”, disse ainda o dirigente, para quem há um clima de “insegurança de quem está a arbitrar” que tem prejudicado o futebol português. “A nossa insatisfação é pública”.

No próximo dia 6 de outubro, o Boavista defronta o Moreirense no Estádio Parque Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos. O Famalicão volta ao campo no próximo domingo, dia 8 de outubro, para defrontar o Vitória SC, no Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão.  

Editado por Filipa Silva