Jogo molhado, jogo abençoado. Frente à Eslováquia, a seleção das quinas conseguiu uma vitória por 3-2, assegurando o apuramento para o Europeu. Apesar da dominância portuguesa, a Eslováquia surpreendeu e fez sofrer nos últimos minutos. Cristiano Ronaldo e Gonçalo Ramos apontaram os golos da equipa portuguesa.
Cristiano Ronaldo marcou dois golos e chegou ao registo impressionante de 124 golos marcados pela seleção portuguesa. Foto: Seleções de Portugal/FPF/Facebook
A seleção portuguesa de futebol garantiu, esta sexta-feira, no Estádio do Dragão, a sua nona presença no campeonato europeu da modalidade, depois de vencer por 3-2 a equipa da Eslováquia.
A equipa comandada por Roberto Martínez conseguiu o feito ainda antes do jogo com a Bósnia e Herzegovina, na próxima segunda-feira, isto é, a três jornadas do fim da fase de apuramento. A equipa perdeu o registo de zero golos sofridos, mas continua invicta nesta fase de grupos.
Portugal entrou a dominar e marcou dois golos na primeira parte, sem dar muito espaço à seleção eslovaca. Ainda com fome de marcar mais golos, a equipa de Roberto Martínez abriu mais espaços e permitiu que a Eslováquia chegasse mais vezes à área adversária.
Gonçalo Ramos abriu o marcador aos nove minutos, depois de um cruzamento de Bruno Fernandes, e Cristiano Ronaldo marcou o segundo, de grande penalidade. Só mais tarde no jogo é que a Eslováquia reduziu para duas bolas a uma, com golo de David Hancko. Alguns minutos depois, Ronaldo voltou a aumentar a vantagem para Portugal nos últimos dez minutos do jogo, Lobotka marcou para estabelecer o resultado final.
É, também, de destacar a performance de Bruno Fernandes, que apareceu em quase todos os lances de perigo para a seleção portuguesa e assistiu para dois dos golos de Portugal.
Domínio luso garantiu a vitória logo na primeira parte
Deu-se o apito inicial e logo no sexto minuto da partida, o camisola sete da seleção portuguesa fez o primeiro remate do jogo. Dois minutos depois, uma confusão na área eslovaca podia ter dado o um a zero à seleção das quinas, primeiro, através um remate de calcanhar de Ronaldo e, depois, com um tiro de Bernardo Silva, que bateu no corpo de Skriniar.
O ambiente aqueceu rapidamente no dragão, apesar da noite fria e muito chuvosa, e aos 14 minutos Gonçalo Ramos rematou de cabeça para o fundo da rede adversária, após um cruzamento teleguiado de Bruno Fernandes. O avançado só teve de se soltar da marcação para cabecear com qualidade à baliza de Dubravka.
Os eslovacos quiseram responder, com Bozeník a cabecear por cima da baliza de Diogo Costa.
No minuto 28, foi assinalada grande penalidade a favor de Portugal. No seguimento de um cruzamento de Rafael Leão, Vavro tocou com a mão na bola, não deixando margem para dúvidas. Cristiano Ronaldo não desperdiçou a oportunidade e marcou o 124.º golo da sua carreira pela seleção. A bola caiu para um lado e o guarda-redes para o outro.
A última grande oportunidade na primeira parte surgiu de uma recuperação de bola de Rafael Leão no último terço do meio-campo eslovaco, aos 37 minutos, mas Dubravka travou o remate de Gonçalo Ramos.
Ainda houve tempo para um remate acrobático de Ronaldo, que passou bem perto da baliza adversária, no minuto de compensação da primeira parte.
Segunda parte chuvosa e mais sofrida
Foi no 62.º minuto de jogo que surgiu o primeiro remate enquadrado da Eslováquia face à baliza portuguesa. David Hancko rematou com força, mas a bola foi à figura de Diogo Costa, que segurou a bola sem grande esforço.
Estava dado o aviso e aos 69 minutos, o camisola 16 reduziu para duas bolas a uma. A bola, que ainda desviou em António Silva, traiu o guarda-redes português, dando ânimo à Eslováquia para tentar empatar o jogo.
Portugal soube responder bem à pressão e, numa jogada coletiva, Ronaldo só precisou de encostar a bola para alargar a vantagem portuguesa aos 72 minutos. Bruno Fernandes assistiu para o golo. O lance ainda passou pela análise do vídeoárbitro, mas a jogada não tinha qualquer infração.
A faltarem 10 minutos para os 90, a seleção eslovaca voltou a reduzir. Lobotka, sem qualquer marcação, rematou de fora de área sem dar hipóteses de defesa a Diogo Costa. A bola batida em arco não tinha defesa possível para o guardião portista.
No minuto 90, João Félix, que entrou na partida na segunda parte, rematou para defesa do guarda-redes eslovaco. A bola ainda sobrou para Diogo Jota que, na recarga, também não conseguiu bater o guardião.
Diogo Jota voltou a tentar a sua sorte numa jogada individual aos 91 minutos, mas não conseguiu colocar o seu nome na lista de marcadores. Ao cair do pano, houve um livre perigoso para a Eslováquia, mas Cancelo cortou a bola para assegurar a vitória portuguesa.
Roberto Martínez: “Precisamos de jogos como o de hoje para melhorar”
Depois de uma primeira parte muito bem executada, com “uma clareza extraordinária”, o selecionador português admitiu que a fome de mais golos ditou a queda de rendimento na segunda parte do jogo. “Jogamos mais com o coração do que com cabeça [na segunda parte]”, analisou o selecionador.
“Precisamos de jogos como o de hoje para melhorar”, afirmou o treinador. Admitiu que faltou controlar melhor o jogo e saber “defender com bola”, sendo estes alguns dos aspetos a melhorar já no próximo jogo com a Bósnia e Herzegovina. Admitiu também que o “grande desempenho de Dubravka”, guarda-redes eslovaco, ajudou a que o marcador não tenha ficado mais desequilibrado.
“Para nós, acabarmos a fase de grupos invictos é muito importante”, disse ainda. Por isso, Roberto Martínez ainda não quis fazer um balanço deste apuramento, porque ainda não acabou, mas admite que estão num “bom caminho”.
Roberto Martínez quis também deixar claro o seu agradecimento aos adeptos que se deslocaram ao Estádio do Dragão, que nunca deixaram de apoiar a equipa, mesmo quando a seleção sofreu os golos. “O apoio foi muito impactante nos momentos mais difíceis”, confessou o selecionador.
A seleção parte no próximo domingo para a Bósnia e Herzegovina para o jogar o próximo jogo do apuramento, na segunda-feira. Será a oitava jornada do grupo J, no qual Portugal está integrado.
Editado por Filipa Silva
