A co-fundadora do Clube das Mulheres Escritoras vai estar no Festival Utopia, que arranca esta quinta-feira (2) em Braga. Nesta entrevista ao JPN, defende que não há "literatura feminina", mas sim livros escritos por mulheres, e que o livro tem que ser entendido também como forma de entretenimento e não só de erudição.

Filipa Fonseca Silva licenciou-se em Comunicação Social e Cultural, mas optou pela publicidade em vez do jornalismo. Em 2017, decidiu entregar-se à escrita literária e até ao momento já publicou cinco livros, sendo a mais recente obra “E Se eu Morrer Amanhã?”.

Em março de 2023, co-fundou o Clube das Mulheres Escritoras com o intuito de criar um coletivo que promovesse a literatura escrita por mulheres. Nesta entrevista, critica o Plano Nacional de Leitura (PNL) e o elitismo do panorama literário e considera que a rivalidade entre mulheres é uma construção social que deve ser derrubada.

JPN – O Clube das Mulheres Escritoras tornou a escrita um lugar menos solitário?

Filipa Fonseca Silva (FFS) – Sim, definitivamente. Porque escrever é uma atividade que requer algum isolamento e eu, muitas vezes, sentia várias inquietações e dúvidas, não só em relação ao que eu estava a escrever, mas ao próprio mercado. Por exemplo, no meu primeiro livro (“Os 30 – Nada é como Sonhámos”), aprovei a capa logo à primeira. Para mim, eles é que sabiam, não era eu que ia dizer como é que queria a capa. Se eles acharam que a melhor capa para aquele livro era cor-de-rosa choque, eu achei que estava bem. Hoje, sei que foi um erro enorme que alienou todos os leitores homens que, por acaso, até são os que mais gostam daquele livro em concreto. Há uma data de coisas mais técnicas e do mundo da edição com quem não temos com quem falar. Assim sendo, sim, estar agora com este grupo de mulheres está a ser incrível também nesse sentido.

JPN – Descreve o Clube como uma “irmandade”. Acredita que essa aliança pode ser um dos caminhos para alterar a estrutura do panorama literário?

FFS – Eu espero que sim! Um dos nossos objetivos é um bocado abanar o sistema, porque a literatura é um meio um bocadinho fechado. É um meio um bocadinho snobe, em que parece que só há o oito ou o oitenta: ou a literatura muito erudita, académica, ou lixo, literatura que essas pessoas nem consideram literatura.

Depois, parece que no meio não há nada, enquanto no meio é que está toda a diversidade cultural da nossa literatura, dos diferentes géneros, do policial ao romance contemporâneo, que é mais o género em que eu me insiro. Mas, por exemplo, neste grupo temos mulheres a escrever distopias, policiais, romances eróticos, peças de teatro, portanto, há tanta coisa… E nós queremos acabar com esse preconceito que existe em relação a tudo o que não é erudito.

Aliás, vê-se nos festivais literários quem são os convidados, normalmente, é sempre o mesmo género de autores, daquele tipo de literatura, quando até para motivar a leitura é preciso haver essa diversidade. Nem toda a gente tem a paciência para ler um Saramago, que é o meu autor favorito, mas eu compreendo que haja muitas pessoas que não têm sequer interesse em ler obras tão profundas.

Era importante as pessoas verem o livro também como uma forma de entretenimento e não só como uma forma de erudição e é isso que queremos mostrar, essa diversidade. E, por outro lado, acabar com a designação de literatura feminina, porque para nós a literatura não tem género.

É um meio um bocadinho snobe em que parece que só há o oito ou o oitenta, ou a literatura muito erudita, académica, ou lixo, literatura que essas pessoas nem consideram literatura.

Filipa Fonseca Silva tem cinco livros publicados. Foto: Inês Saldanha/JPN

JPN – Até à data, publicou cinco romances, dois livros de humor e diversas crónicas, contos e ensaios. De que forma esta diversidade como escritora influencia o seu papel no Clube?

FFS – Eu acho que, acima de tudo, a diversidade mostra, sobretudo às autoras mais novas, que é possível arriscarmos e não ficarmos presos num género só. Isso é muito importante até para o crescimento de qualquer escritor, tentar falar em diferentes linguagens e experimentar diferentes estilos e géneros.

Por outro lado, no grupo, nós temos autoras que escrevem [literatura] infantil ou autoras que escrevem teatro, portanto, não sou só eu que estou a incentivar a diversidade. A maior parte das escritoras do Clube são muito experientes e pessoas que também já experimentaram diferentes géneros. Isso é muito enriquecedor e importante para mostrar a diversidade que existe na língua portuguesa.

JPN – O Festival Utopia [2 a 12 de novembro], onde vai estar presente, acaba por ser uma alavanca na representação dessa diversidade?

F: Sim, acho que sim. Vai ser uma primeira edição, mas os moldes que me foram apresentados mostram uma enorme aposta na diversidade e em misturar autores menos conhecidos com autores mais conhecidos. Obviamente que qualquer festival ou qualquer evento para ter algum retorno, mesmo que seja gratuito, tem sempre os patrocinadores, etc., tem sempre de ter nomes sonantes, nomes que à partida vão sempre encher a casa. Mas se não se for aos poucos apresentando novos autores e novas vozes, então caímos em mais do mesmo.

Estou a lembrar-me da Ana Cristina Silva que foi uma das últimas a juntar-se agora ao Clube. Tem uma obra já com dezoito títulos e ela continua a dar aulas, quer dizer, não vive da escrita. Talvez se perguntarmos na rua a um leitor comum se conhece Ana Cristina Silva, se calhar não sabe quem é, não sabe dizer um título dela, portanto, ainda estamos muito focados na Agustina, na Lídia Jorge, na Dulce Maria Cardoso. Mas tirando elas, acho que há muito pouco conhecimento da diversidade que existe e acabamos por andar sempre à volta dos mesmos autores.

São sempre os mesmos que vão aos prémios, que vão aos festivais, que aparecem nas notícias e nos prémios de literatura e  acho que isso tem de mudar. Se nós conseguirmos abrir um bocadinho a porta, ou pelo menos por o pé na porta com as nossas ações, com os nossos debates, vai ser bom para todas as que fazem parte do grupo e para a literatura portuguesa em geral.

JPN – Há pouco referiu o quão difícil pode ser viver da escrita. É mais difícil para uma escritora viver da escrita, em Portugal, do que para um escritor?

JPN – Não, acho que aí é igual. É muito difícil para qualquer escritor português, seja homem ou mulher. É um país onde se lê muito pouco. É um país onde, no ano passado, segundo um estudo, 60% das pessoas não leram um único livro. Achamos e temos discutido que as pessoas não leem porque o que lhes dão para ler, sobretudo na escola, é tão obrigatório, antiquado, tão desfasado da realidade de hoje, que quando as pessoas se libertam das leituras obrigatórias do seu percurso escolar já ganharam uma aversão enorme aos livros.

Tenho um filho no sétimo ano, um miúdo que sempre gostou imenso de ler e agora está a revirar um bocadinho os olhos, teve de ler “O Cavaleiro da Dinamarca”. Se calhar para mim quando andei na escola aquilo já era um bocadinho aborrecido, no final dos anos 80 e início dos anos 90. Eu não imagino o quão aborrecido deve ser para um miúdo do século XXI que já vive num mundo completamente digital, numa realidade completamente diferente.

Portanto, com todo o respeito pela Sophia de Mello Breyner [autora d'”O Cavaleiro da Dinamarca”] e por outros autores como Eça de Queirós e Saramago, não é assim que se conquistam leitores. É importante darmos a conhecer não só a nossa literatura e os grandes nomes que fizeram a nossa literatura e que nos trouxeram até hoje, mas também é importante, sobretudo nas escolas, que seja ensinado às crianças que o livro é uma forma de entretenimento. O livro é uma alternativa a uma série da Netflix. Pode ser uma alternativa ao telemóvel e ao videojogo.

Os professores são tão mal pagos e maltratados neste país que deve haver muitos poucos que tenham ainda essa força para sair do programa e dar obras alternativas.

JPN – Na sua opinião, porque é que não alteram o Plano Nacional de Leitura?

FFS – Porque dá muito trabalho. Os livros e as sebentas já estão feitos. Já está tudo feito há 30 anos. Os professores são tão mal pagos e maltratados neste país que deve haver muito poucos que tenham ainda essa força para sair do programa e dar obras alternativas.

Já existe essa possibilidade, sei que existe, mas são muito poucas as escolas que o fazem, porque é um trabalho do zero. Mas havia tanto para fazer se os professores fossem mais apoiados. No outro dia, estávamos a falar disto também dentro do Clube, de, por exemplo, pôr dois livros em diálogo. Um clássico e um autor contemporâneo que fale sobre o mesmo tema, por exemplo, o incesto. Até podia ser “Os Maias”, mas então vamos pegar nos Maias em comparação com um autor contemporâneo que fale do incesto. Há tanto para fazer, tanto que poderia ser feito para tornar os livros divertidos.

Autora é uma das convidadas do Festival Utopia que estreia esta quinta-feira (2) em Braga. Foto: Inês Saldanha/JPN

JPN – Assume-se como feminista. De que forma é que o feminismo relaciona-se com o trabalho que vocês estão a fazer no Clube das Mulheres Escritoras?

F: De muitas formas, não só porque estamos a lutar para acabar com a designação de literatura feminina, estamos a lutar pela igualdade de oportunidades. Eu sou feminista da quarta ou quinta geração. Não sou a feminista que acha que as mulheres são melhores que os homens ou que as mulheres devem ter mais do que os homens ou que devem ser levadas ao colo. Aliás, as quotas é uma coisa que me chateia, sei que muitas vezes são necessárias, mas não deviam ser. Portanto, o feminismo que eu defendo é aquele em que não vai ser preciso quotas, em que as oportunidades vão ser mesmo iguais para homens e mulheres. E é aí, claro, que o Clube estar super alinhado.

JPN – Conceitos como o feminismo são muitas vezes mal interpretados. Considerando o poder que podem ter as palavras, existe uma preocupação, da vossa parte, em esclarecer e ajudar a desmistificar?

FFS – Sim, é importante porque há pessoas que distorcem e que acham que nós queremos colocar nos festivais só mulheres e não, nós queremos que haja tantos homens como mulheres. Quero que haja tantas oportunidades para uns como para outros. Há pessoas que têm um conceito de feminismo e, eu já escrevi sobre isto muitas vezes, no dia 8 de março costumo sempre fazer uma crónica muito em cima de temas feministas. E uma das últimas foi, precisamente, que eu tinha uma amiga a dizer que não era feminista, porque nunca tinha se sentido discriminada e isso é o mesmo que dizer “eu não sou contra a violência doméstica, porque eu nunca levei um estalo do meu marido”.

Uma pessoa não precisa de ter sofrido na pele discriminação para defender uma coisa básica que é a equidade, mais do que a igualdade, a equidade. Porque homens e mulheres são diferentes, e há outros géneros também, não são só homens ou mulheres, portanto, o que interessa é as pessoas terem essa oportunidade e não serem postas de parte ou catalogadas. 

Uma pessoa não precisa de ter sofrido na pele discriminação para defender uma coisa básica que é a equidade, mais do que a igualdade, a equidade.

JPN – Quais são os desafios mais significativos que as mulheres enfrentam na literatura portuguesa atualmente, por exemplo relativamente às editoras?

FFS – Penso que nas editoras já começa a haver mais cuidado na escolha de mulheres para os seus catálogos. Porque, no fundo, se nós formos ver os catálogos de autores internacionais, as mulheres estão lá e muito bem representadas e se formos ver temos muitas best-sellers nos tops, como Colleen Hoover, Isabel Allende, há sempre tantas autoras mulheres que estão nos tops. Aqui, o desafio é [o facto de] não estarem as mulheres portuguesas, esse é que é o nosso grande desafio, mas isso tem a ver com aquilo que dizia antes, que é mostrar que a literatura portuguesa é gira, é divertida, é diversa, tem qualidade.

Fico feliz, mas também fico triste, quando alguém faz uma review de um livro meu, ou das minhas irmãs escritoras e diz “aí que giro, até parece um livro estrangeiro, nem parece um livro português”, porque na cabeça das pessoas o livro português é uma coisa difícil, em que uma pessoa tem de se concentrar, senão não consegue apanhar o próximo parágrafo. Esse é o grande desafio, é mostrar a quem compra livros que a literatura portuguesa, de homens e mulheres, tem de tudo e é tão boa como qualquer outra estrangeira.

“Esse é o grande desafio, é mostrar a quem compra livros que a literatura portuguesa, de homens e mulheres, tem de tudo e é tão boa como qualquer autor estrangeiro.”

JPN – Pensa que a comunicação social tem influência neste “domínio masculino” na literatura? Se sim, de que forma poderiam os meios de comunicação colaborar para uma maior igualdade, na sua opinião?

FFS – Os críticos literários que nós temos em Portugal gostam todos do mesmo. São muito poucos os que se atrevem a ler um livro mais comercial. No outro dia, vi um suplemento de livros, não me recordo a revista, que saiu para o verão. E eu contei as autoras portuguesas que lá estavam e estava uma de poesia, nem sequer era de ficção. Assim é difícil.

As pessoas não têm obrigação de conhecer. Compram uma revista, veem o suplemento e vão ver o que há de giro para levar para as férias de verão e, de repente, homens, homens, homens. Eu percebo que quem é mais conhecido vende mais e se tivermos uma entrevista num programa com um autor mais conhecido as pessoas veem mais, mas o papel dos instrumentos culturais e dos media culturais também é dar a conhecer coisas novas. Isso também acontece noutras áreas, não é só na literatura.

JPN – Existe o preconceito do “comercial”? Se vende, é porque não é bom?

FFS – Sim, se vende, é porque é mau e começam logo a rotular o escritor sem dar uma oportunidade. Há que haver um equilíbrio. Não estou a dizer que temos de baixar o padrão de qualidade. O que estou a dizer é que temos de dar oportunidade às várias coisas que existem. Isso era o mesmo que obrigarem a que na televisão só dessem filmes premiados. Muitas vezes, gostamos de ver um filme de super-heróis porque sim, porque nos apetece. E é mau isso? Não. Os filmes do Woody Allen são comédias românticas e são considerados bons, mas se for uma mulher a realizar uma comédia romântica já é uma lamechice. As coisas só porque têm sucesso, ou porque as pessoas gostam muito, não significa que sejam más. É importante é dar esse espaço. Acho que há espaço para tudo.

JPN – O objetivo da arte é apenas fazer sentir algo?

FFS – Sim, a arte é para fazer sentir. Arte é o que nos faz sentir qualquer coisa, até pode ser repulsa, mas é algo que mexe connosco, que nos faz pensar, que nos faz colocar no lugar do outro, que nos faz ir para a cama a pensar naquilo. A personagem não nos larga e há livros que ficam connosco a vida toda e que nos dá vontade de ler outra vez. Isso é que é a arte.

O mesmo acontece com a pintura, uma pessoa vê um dia um quadro num museu e mesmo que nunca mais volte àquele museu, aquela imagem fica gravada. Há coisas que nós lemos com uma idade e depois com outra já não achamos graça ou o contrário. Um quadro que na altura teve um grande impacto ou uma música que na altura era uma coisa que nos fazia chorar e que, hoje, ouvimos e afinal não é assim tão boa ou é melhor.

Os céticos ou os eruditos podem afirmar que a música pimba também nos pode fazer alguma coisa, mas que não é música. É música, é música popular portuguesa. É um género musical e os poemas que lá estão, mesmo que sejam brejeiros, é uma expressão da nossa cultura portuguesa. Isso é transversal a qualquer arte: coisas que nos fazem sentir, coisas que conseguiam transmitir para as gerações futuras o espírito daquela época, o sentimento de identidade. Portanto, não tem de ser tudo XPTO, dissecado, erudito, porque o mundo também não é assim. O mais bonito do mundo é a diversidade, a natureza também nos mostra um bocadinho isso.

JPN – O Clube das Mulheres Escritoras reúne-se uma vez por mês. O que retiram desses encontros?

FFS -Para já, há um sentimento comum quando as reuniões acabam que é “ainda bem que eu fui, saí de lá mais leve”. Isso é comum. Qualquer pessoa que já tenha ido aos encontros sente isso. A energia, a entreajuda e a honestidade que sai daqueles encontros. Porque, nos meios artísticos, ainda há muito – mais nuns do que noutros – uma certa inveja, uma certa tendência para não revelar os segredos. E aqui é a inversão disso tudo.

Também queríamos muito desmistificar isso que é a rivalidade. E, no que toca às mulheres, isso tem sido exacerbado e cultivado pelo patriarcado. Isso é uma construção social, não é verdade. As mulheres ou homens, as pessoas em geral, quando se juntam com alguém com quem têm afinidade são amigas, ponto. Faz parte do nosso ADN enquanto seres humanos, as pessoas se juntarem. Somos seres sociais que se juntam com objetivos em comum e pelo bem comum. Quando começaram as primeiras sociedades era por um bem comum, juntos arranjamos mais comida e protegemo-nos melhor e construímos mais casas, etc. Isso faz parte do ADN humano, sejam homens ou mulheres. A rivalidade é uma construção social e é mais uma desconstrução que nós vamos fazer com este Clube.

A rivalidade é uma construção social e é mais uma desconstrução que nós vamos fazer com este Clube.

JPN – Para aqueles que desejam apoiar o Clube das Mulheres Escritoras e a literatura escrita por mulheres em Portugal, quais são as melhores maneiras de se envolverem?

FFS -Podem subscrever as nossas newsletters. Basicamente, é uma newsletter com informações sobre as escritoras e sai no dia 30 de cada mês. E depois, no dia 15, sai a literária, onde todos os meses cinco autoras escrevem um texto inédito sobre um tema. Portanto, com uma simples subscrição de email, vocês recebem essa newsletter e vão conhecer autoras novas e o nosso trabalho. Podem seguir-nos no Instagram. E podem, acima de tudo, na próxima vez que tiverem de comprar um livro, seja para vocês ou seja para alguém, pensem em escolher uma autora portuguesa. Pode ser uma destas 31 que está no Clube, até pode ser uma que não esteja no Clube, mas experimentem ler autoras portuguesas e façam esse esforço. Autoras e autores portugueses em geral. Mas experimentem ler autoras portuguesas que vão ficar surpreendidos.

JPN – O Clube das Mulheres Escritoras atualmente opera principalmente como um grupo de WhatsApp, newsletter, encontros mensais e uma página no Instagram. Existem planos para expandir ou diversificar as atividades do Clube?

FFS – Estamos, neste momento, a finalizar o site, onde vai estar toda essa informação agregada. Vamos ter uma página para cada autora, onde está a sua biografia, a sua bibliografia, as suas redes sociais, é quase como se fosse um diretório, qualquer pessoa pode conhecer as várias autoras e as suas obras. Ainda não sabemos quando vamos lançar o site, mas vai ser algures entre dezembro e fevereiro.

Quando lançarmos o site vamos fazer uma festa aberta ao público, queremos fazer lives no Instagram ou no Youtube para as pessoas poderem, de qualquer parte do mundo, assistir a esses eventos e abrir essa conversa também aos leitores, o que é muito importante.

Quem nos lê, não só merece o nosso respeito, porque no meio de tantos livros escolheu os nossos para ler, como acho super interessante – para mim, enquanto autora – ver as diferentes leituras que cada leitor faz da mesma obra. Há pessoas que gostaram mais de uma personagem, há pessoas que gostaram mais de outra. Há pessoas que acham que o livro é sobre este assunto e outras que acham que o livro é sobre outro. Os livros têm várias camadas e é muito giro ter essas leituras e essas respostas dos leitores. Por isso, para 2024, estamos a preparar ou queremos estar o mais possível com os leitores, com quem nos lê – fisicamente ou online – e fazer estas partilhas e promover debates. Também perguntar às pessoas sobre temas que gostassem que nós falássemos para abrir a conversa a toda a gente e falar das várias dimensões do livro e da literatura.

Editado por Filipa Silva

Entrevista realizada no âmbito da cadeira de TEJ Imprensa – 2.º ano