“Utopia”, o novo festival literário de Braga, vai decorrer entre os dias 2 e 12 de novembro. Paulo Ferreira, diretor geral da The Book Company, revelou ao JPN que “o plano passa por criar uma marca global de eventos, com a sua base e estreia em Braga”.

O Bragamove propõe às pessoas que repensem a mobilidade na cidade bracarense.

O festival “Utopia” vai substituir a Feira do Livro de Braga. Foto: Peter Horenský/Flickr

A tradicional Feira do Livro de Braga vai dar lugar ao novo festival literário, chamado de “Utopia”, que vai decorrer entre 2 e 12 de novembro deste ano. Apesar de ser a primeira edição, a internacionalização do evento já faz parte dos planos.

Com origem numa parceria entre a The Book Company (empresa integrada no maior grupo editorial do mundo – Penguin Random House) e o Município de Braga, o tema central do festival, apresentado na segunda feira (19), é “territórios literários”.

O certame vai contar com uma programação que abrange todos os públicos. Desde espetáculos a conversas, workshops, sessões em escolas, oficinas e passeios literários, serão muitas as atividades e também os convidados – mais de cem -, além de parceiros da cidade, como bibliotecas, livrarias e agentes culturais.

O “Espaço Vita”, em particular a Capela Imaculada, vai concentrar grande parte da programação. Contudo, locais como o Theatro Circo também vão receber algumas atividades. A inauguração do festival, dia 2 de novembro, pelas 18h30, será no Theatro Circo e vai contar com a presença do humorista Ricardo Araújo Pereira e do escritor e tradutor Frederico Lourenço.

Dulce Maria Cardoso, Susana Moreira Marques e Afonso Cruz são outros nomes já confirmados para o “Utopia”. Também já foram revelados alguns nomes internacionais, como Ludmila Ulitskaya (escritora russa exilada em Berlim e potencial candidata ao Prémio Nobel da Literatura) e Karina Sainz Borgo (jornalista da área da cultura residente em Espanha).

Em declarações ao JPN, Paulo Ferreira, diretor-geral da The Book Company, revelou que “a programação completa, já com toda a informação de horários, método de acesso, etc., deverá ficar disponível em setembro, no site do festival e nas redes sociais do evento”.

De Braga para o mundo

Paulo Ferreira tem já em vista a internacionalização do evento. O diretor referiu que “a internacionalização do festival está a ser trabalhada desde a sua origem. O plano passa por criar uma marca global de eventos com a sua base e estreia em Braga”.

A partir deste ano, vai haver uma edição anual do Utopia Braga e “a partir de 2025, o objetivo é somar edições internacionais, a começar por Espanha. Em 2027, a meta é ter uma terceira edição num mesmo ano, [sendo a terceira] provavelmente na América Latina”, adianta.

Espera-se que as edições internacionais permitam “promover noutros mercados os nomes, talentos e projetos portugueses e de Braga”, de forma a tornar o festival e a cidade “como marca cultural incontornável no universo literário”.

Quanto à escolha da cidade, Paulo Ferreira remata que “Braga é uma cidade com forte dinâmica cultural, com formação consistente de públicos e que reúne todas as condições para albergar um projeto desta dimensão”. Acrescenta ainda que sempre visualizou o Utopia como uma oportunidade de afirmação do território e que “é também uma oportunidade para direcionar o foco para uma cidade que, dita do interior, demonstra que essa não é uma fatalidade, mas sim uma mais-valia”.

Por esse motivo, vai ser dada visibilidade aos protagonistas locais da cidade. O diretor-geral da The Book Company adiantou que “antes mesmo da apresentação pública do festival, o Município promoveu várias reuniões com agentes culturais da cidade e da região para que conhecessem em primeira mão o projeto e pudessem contribuir”. Já existem vários parceiros locais confirmados como, por exemplo, a escola Entr’artes que “está a criar um espetáculo de dança dedicado à obra Utopia”.

Sobre o acesso ao festival, Paulo Ferreira revelou que será gratuito, “ainda que em alguns casos” sejam adotadas “soluções de reserva de lugar para responder à elevada procura”. “A exceção poderá ser alguma atividade complementar do festival, como cursos ou experiências gastronómicas, mas isso não está ainda definido em detalhe”, concluiu.

Editado por Filipa Silva