Na apresentação dos candidatos, foram adiantadas algumas das medidas do programa eleitoral da Aliança Democrática. Paulo Rangel representou Luís Montenegro, que não esteve presente na apresentação desta quinta-feira.

(Da esquerda para a direita) Miguel Guimarães, Nuno Melo e Paulo Rangel discursaram no evento desta quinta-feira. Foto: Nádia Neto/JPN

Foi perante uma sala cheia e com a tónica dos discursos colocada no Partido Socialista que os cabeças de lista da Aliança Democrática pelo círculo do Porto fora, esta quinta-feira à noite, apresentados, num evento que decorreu no auditório do TECMAIA.

Nuno Melo, que foi o primeiro a intervir, apontou baterias ao Partido Socialista, sobretudo em áreas que foram da responsabilidade do atual líder do partido, Pedro Nuno Santos, nomeadamente no que diz respeito à ferrovia e ao futuro aeroporto de Lisboa. “O que realmente não funciona é o socialismo. O que também não vai funcionar é o Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro”, declarou o presidente do CDS-PP.

Ainda no plano das infraestruturas, o número dois do círculo eleitoral do Porto deixou uma promessa a pensar no Grande Porto: “Vamos resolver o problema da VCI, com toda a certeza”, garantiu.

A imigração jovem também voltou a ser referida, com Nuno Melo a sublinhar que “um em cada três jovens tem de sair do país por causa do desemprego e dos salários baixos”. Neste tópico, não se adiantou contudo como espera a AD combater o problema.

Miguel Guimarães, que é o cabeça de lista, falou muito sobre saúde. O ex-bastonário da Ordem dos Médicos chamou, por exemplo, a atenção para o crescimento dos seguros privados, que já representam, de acordo com um estudo de 2020 da Direção-Geral da Saúde, 58%. O objetivo da AD é “modernizar e fazer uma recuperação eficaz” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), referiu também.  

O candidato fez também referência ao programa eleitoral – cuja apresentação está agendada para esta sexta-feira (9) -, elencando propostas que se comprometem com o aumento do poder de compra das famílias, com a melhoria de condições para as forças de segurança e relativas aos problemas de habitação.

Presente em representação de Luís Montenegro, que esteve esta quinta-feira no Porto, mas não na apresentação dos candidatos da AD, Paulo Rangel também discursou. O vice-presidente do PSD avançou que a AD planeia oferecer ensino pré-escolar “gratuito, universal e obrigatório”.

Outro assunto muito presente nas declarações da noite foi as sondagens. “Não acreditem nas sondagens, nem nas que nos dão vitória”, referiu Paulo Rangel, numa alusão à última sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (CESOP), para a Antena 1, RTP e o Público, divulgada no início da semana, que aponta a AD como potencial vencedora das eleições legislativas, com quatro pontos percentuais de vantagem sobre o PS. Foi o primeiro estudo de opinião desde novembro a dar outra força política que não o PS como possível vencedor.

No evento, também discursaram o presidente da Câmara Municipal da Maia, o social-democrata António Silva Tiago, e o mandatário da juventude, Bruno Bessa. No final, subiram ao palco os candidatos da AD pelo Porto. Entre eles, pelo menos duas caras ligadas à academia do Porto: o diretor da Faculdade de Economia do Porto, Óscar Afonso, número quatro da lista; e Ana Gabriela Cabilhas, ex-presidente da Federação Académica do Porto, que concorre ao Parlamento na 12.ª posição da lista. 

Nas últimas legislativas, realizadas em janeiro de 2022, o PSD elegeu 14 deputados pelo círculo eleitoral do Porto.

Editado por Filipa Silva