O campo de futebol de cinco do Parque da Cidade foi tema de discussão durante a última reunião da Câmara Municipal do Porto. Um dos munícipes presentes alegou falta de condições tanto a nível de material como de segurança. o direito de superfície do terreno é do Sport Club do Porto que alega não ter condições financeiras para resolver o problema e sugere entregar o campo à Câmara.
O mau estado em que se encontra o campo de futebol de cinco do Parque da Cidade foi tema de discussão na última reunião pública da Câmara Municipal do Porto (CMP), realizada a 18 de março, depois da intervenção de um munícipe que reclamou e questionou o Executivo sobre as condições do terreno.
O munícipe criticou a falta de condições, tanto ao nível de material, como de segurança, e pediu explicações à CMP. Em resposta, o Executivo explicou que o campo não está sob a gestão da autarquia, mas sim do Sport Club do Porto.
O JPN contactou, por isso, o clube. O presidente, Paulo Barros Vale, reconheceu que o “direito de superfície” do campo está sob a gestão do Sport Club do Porto, mas alegou que não tem condições financeiras para reparar e manter o campo. O responsável afirmou ainda que o Sport Club do Porto está “disponível para entregar este campo à Câmara” e que essa será a melhor solução para o problema.
Quanto aos alegados acidentes no campo devido às más condições e sobre quem recai a responsabilidade em situações dessa natureza, o responsável garante que “nunca” lhe chegou qualquer relato nesse sentido. Contudo, admitiu preocupação e afirmou que, de facto, “o direito de superfície está concessionado ao clube”, ainda que “não tenha condições objetivas” em termos práticos para o utilizar.
Uma vez que o campo não oferece condições de segurança para ser utilizado, o JPN questionou o presidente do Sport Club do Porto sobre a possibilidade de o vedarem, impossibilitando assim a utilização do complexo e protegendo os utilizadores. O responsável sublinhou que a situação é “complicada” e acrescentou que “ou a câmara toma conta do campo ou tem que o vedar”.
Ao lado do campo de futebol de cinco, existe um outro campo com relva sintética para futebol de 11 que também chegou a estar sob a gestão do Sport Club do Porto. Atualmente, é da responsabilidade da empresa municipal Ágora e, no final de 2019, foi alvo de alargamento e requalificação, sendo, atualmente, uma estrutura apta para receber competições internacionais.
Paulo Barros Vale explicou que, enquanto a gestão dos dois campos era feita pelo clube, “tudo corria bem”, porque “cobravam as entradas” e tinham o lucro que permitia a vigilância permanente do espaço. “Quando o campo de 11 passou para a Câmara, o que aconteceu é que o Sport deixou de ter possibilidades para manter o campo de cinco, porque as receitas não permitiam o pagamento a um funcionário que vigiasse o campo [de cinco]”, afirmou.
O JPN questionou a Câmara Municipal do Porto sobre a possibilidade de ficar com este campo, depois dessa solução ter sido sugerida pelo presidente do Sport Clube do Porto, mas não obteve resposta até ao momento.
Editado por Inês Pinto Pereira