Durante a reunião do Conselho Metropolitano do Porto desta sexta-feira, os autarcas do Grande Porto queixaram-se de o Lote 5 ainda não ter os horários dos autocarros da Unir. Os presidentes das autarquias admitiram estar a atingir o limite.
Quatro meses passaram desde o início da operação da Unir e o Lote 5, que abrange os municípios de Arouca, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra, ainda não dispõe dos horários dos autocarros da Unir.
“Ao fim de quatro meses de operação, o Lote 5, que inclui Santa Maria da Feira, a segunda maior operação com 96 linhas, ainda não tem horários publicados. Esgotaram-se todas as capacidades de razoabilidade e de pedir paciência às nossas populações. A operação continua sempre a falhar”, denunciou Amadeu Albergaria, que assumiu recentemente a presidência da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
O autarca lembrou, também, que “há obrigações no contrato de concessão que têm que ser cumpridas” e afirmou que a única alternativa é “começar a executar o contrato de concessão”. “Dentro de dias, teremos que tomar atitudes, mesmo do ponto de vista jurídico”, defendeu.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim concordou com a necessidade de ser colocada “exigência junto dos operadores para o cumprimento do caderno de encargos”. Aires Pereira relembrou que os municípios estão a “pagar por um serviço que não estão a ter”.
Também o autarca de Vale de Cambra disse ser “urgente colocar pressão sobre o operador para se normalizar o processo”, acrescentando que o tempo de espera e adaptação já foi ultrapassado. Segundo José Pinheiro, as queixas dos utentes são “diárias” e há “uma insatisfação absoluta”
Sara Lobão, vereadora da Câmara de Vila do Conde com o pelouro da Mobilidade Urbana e Transportes, concordou com as críticas apontadas pelos restantes autarcas e disse que, como já se passaram quatro meses desde o início da operação, “é tempo de termos uma atitude diferente, de começarmos a fiscalizar e a penalizar”. A vereadora referiu que, também em Vila do Conde, há quilómetros que estão a ser pagos sem serem feitos. “Tivemos muita paciência, mas as atitudes têm que ser diferentes”, afirmou.
Já Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, mostrou-se mais otimista, mesmo admitindo que ainda “faltam horários, autocarros novos e avançar com três linhas”. “Acho que as coisas vão evoluir”, acrescentou.
“É verdade. Foi dado um tempo e as situações não foram resolvidas. Temos que avaliar se é necessário tomarmos medidas contratuais e jurídicas”, afirmou Jorge Sequeira, vice-presidente do Conselho Metropolitano do Porto. O facto de não existirem sequer horários no Lote 5 é, segundo o também presidente da Câmara de São João da Madeira, “bizarro”.
“Os cidadãos têm toda a razão. Tiveram seis meses para adaptação. Foi dado mais um e ainda não estão a ser dadas respostas. Temos que chegar, a breve trecho, ao ponto em que são tomadas as medidas contratuais”, afirmou. “Temos sido muito tolerantes, porque compreendemos que é uma operação de uma grande envergadura e escala. Mas esse momento está a chegar. Esse momento está próximo”, concluiu.
Amadeu Albergaria assume presidência da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira
Depois de Emídio Sousa ter renunciado ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira para concorrer pela lista da Aliança Democrática (AD) pelo círculo eleitoral de Aveiro nas últimas Legislativas – tendo sido eleito e escolhido para secretário de Estado do Ambiente -, Amadeu Albergaria assumiu o cargo.
Em declarações aos jornalistas, o autarca admitiu tratar-se de “um desafio com uma grande responsabilidade”, mas disse estar pronto para cumprir com os objetivos propostos. “Esperamos que no fim possamos dizer que mais de 95% daquilo que foram as nossas promessas eleitorais foram cumpridas durante este mandato”, referiu.
“As expectativas são elevadas. É um grande peso de responsabilidade poder representar uma terra com o dinamismo do concelho de Santa Maria da Feira, que é o décimo concelho mais exportador do país e, portanto, um dos motores da economia de Portugal”, concluiu Amadeu Albergaria.
Editado por Inês Pinto Pereira