O Banco Central Europeu (BCE) admite, pela primeira vez, a separação da Grécia da união económica. Em declarações ao “Financial Times“, Luc Coene, o governador do BCE, admitiu que prevê um “um divórcio amigável, se for necessário”. Apesar de assumir a possibilidade da saída da Grécia, Luc Coene lamenta se essa situação se verificar. Apesar do que tem vindo a ser dito por vários representantes do BCE nos últimos meses sobre a saída do euro representar uma grave rutura com os tratados europeus, são cada vez mais os líderes que se mostram a favor da decisão.

Da mesma opinião é Paul Krugman. O Prémio Nobel da Economia escreveu, no seu blogue no “The New York Times”, que prevê a saída da Grécia já para “o próximo mês”. Krugman explicou ainda que, como consequência, serão “retiradas avultadas de depósitos em bancos espanhóis e italianos”.

Também Patrick Honohan, governador do Banco Central da Irlanda e membro do conselho de governadores do BCE, explicou este fim de semana que a saída da Grécia da União monetária “não é necessariamente fatal”. Per Jansson, o vice-governador do Banco Central da Suécia acrescentou na sexta-feira, que os banqueiros europeus estão a discutir a eventual retirada da Grécia.

A saída da Grécia discute-se numa altura de instabilidade política no país. Depois das eleições realizadas, o presidente da república Carolos Papoulias, ainda não conseguiu constituir uma coligação. Se uma solução não for encontrada até quinta-feira, dia 17, serão marcadas novas eleições para junho. A situação política do país, aliada à eventual decisão da retirada da Grécia estão a gerar incertezas no mercado.