As instituições portuguesas estão disponíveis para receber estudantes, docentes e investigadores ucranianos que se encontram em Portugal ou venham a solicitar estatuto de refugiados.

Estudantes da FDUP sentem-se lesados face a outro no país.

CRUP não tem ainda uma estimativa sobre o número de pessoas que podem vir a acolher nas instituições universitárias. Foto: Hugo Moreira

Num comunicado de imprensa divulgado esta quinta-feira (dia 10), o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) manifestou o seu apoio e solidariedade a universidades e comunidades académicas e ao povo ucraniano. 

O CRUP sublinha que irá “reunir todos os esforços necessários à criação de condições de apoio aos estudantes, trabalhadores, docentes e investigadores ucranianos que estejam em Portugal ou que solicitem o estatuto de refugiado.” 

No comunicado, o Conselho de Reitores defende ainda, que condena “a agressão que se encontra em curso” e sublinha “o total compromisso com os valores europeus”, tais como “a dignidade, liberdade, democracia, igualdade, com o estado de direito e os direitos humanos, que orientam a ação das universidades europeias.”

As universidades pertencentes ao CRUP encorajam os membros das comunidades académicas que representam a “fazerem tudo o que estiver ao seu alcance para denunciar e pressionar pelo fim da guerra e para prestarem assistência através de todos os meios possíveis a todos os afetados por este conflito.”

Compromete-se ainda a interagir com as universidades ucranianas parceiras para identificar as suas necessidades de forma a prestar apoio. O Conselho de Reitores da Universidade do Porto “providenciará toda a assistência que lhe for possível às universidades ucranianas e aos membros da comunidade académica russa que se opõem à agressão contra a Ucrânia.” 

Em declarações à Agência Lusa, António de Sousa Pereira, presidente do CRUP e também reitor da Universidade do Porto (U.Porto), afirma que apesar de neste momento não haver “uma noção do número de estudantes ucranianos que virão para Portugal”, as instituições vão “trabalhar afincadamente para receber todos”. Destacou ainda que a posição assumida pela entidade que representa as universidades públicas portuguesas “foi unânime” e que as mesmas pretendem que este acolhimento “não seja burocratizado”.

Segundo o presidente do CRUP, 12 das 18 universidades russas que integram a Associação Europeia de Universidades subscreveram uma posição de apoio ao presidente russo, “afirmando um conjunto de valores para as suas universidades com o qual nós [CRUP] não nos identificamos”.

António Sousa Pereira acredita que muitas universidades irão romper os acordos de colaboração que têm com as Instituições russas que apoiam Vladimir Putin e acrescenta que “grande parte das universidades portuguesas” seguirá também esse caminho. 

No final do comunicado, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas sublinha que só se “envolverão  em colaborações com organizações da Federação Russa quando estas estejam claramente baseadas nos valores europeus que compartilhamos.”

Artigo editado por Filipa Silva