Foi inaugurada, esta terça-feira, no Hospital de São João, no Porto, a unidade mais completa do país, no diagnóstico e tratamento do cancro da mama. O diagnóstico é rápido e cómodo, o que permite que sejam fornecidas, rapidamente, indicações terapêuticas à paciente, caso seja diagnosticada a patologia e caso deseje que o tratamento prossiga naquela unidade hospitalar.

As instalações permitem que a doente “seja o centro, o alvo de todos os cuidados, permitem-lhe estar rodeada de todas as especialidades”, afirmou Francisco Pimentel, director da unidade, durante a sessão de apresentação que decorreu na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O objectivo é “agilizar o acesso das doentes com patologia mamária às consultas de especialidade e reduzir o tempo de espera entre a primeira consulta e o diagnóstico final”, explicou.

Equipa multidisciplinar faz o diagnóstico

A presença de todos os especialistas num local único facilita o diálogo, podendo esclarecer melhor o problema e, se necessário, pedir a repetição de algum exame no próprio dia.

Um grupo multidisciplinar de diagnóstico e de orientação terapêutica realiza os exames necessários, o que permite reduzir o stress e a ansiedade associados às doentes com patologia benigna. Esta rapidez ajuda, além da diminuição destes sintomas, a aumentar as possibilidades de cura.

A nova unidade permite, essencialmente, “fazer o diagnóstico, seguindo depois o tratamento no Hospital de São João, como era feito até agora”, salienta a coordenadora do grupo de Patologia Mamária, Maria João Cardoso.

Para além da consulta de diagnóstico, há a possibilidade de ser feita uma consulta de risco do cancro da mama e do ovário, destinada às pessoas que têm um historial de cancro na família.

Projecto possível graças às parcerias

Para que este projecto fosse concretizado, o grupo de Patologia Mamária contou com o apoio da administração do hospital, do Governo Civil do Porto, da Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas, da Roche Portugal, que custeou a nova base de dados e da Associação Laço, que investiu 375 mil euros. Lynne Archibald, presidente da associação, justificou o apoio pelo facto de se tratar de um “serviço modelo” no diagnóstico do cancro da mama.

As consultas têm início na próxima semana, decorrendo apenas no período da manhã, devido às limitações humanas existentes actualmente no hospital.