A crise do Iraque e a comissão de inquérito do 11 de Setembro estiveram no centro das atenções na conferência de imprensa dada ontem pelo presidente norte-americano.
George W. Bush mostrou-se disposto a enviar reforços militares para o Iraque a fim de travarem a escalada de violência e assegurarem a transferência de poder prevista para Junho.

De acordo com o General John Abizaid, comandante das forças americanas na região serão precisos mais 10.000 mil soldados no terreno. O presidente americano já garantiu que vai enviar as tropas que forem necessárias.
Este anúncio vem na sequência da perda do controlo militar americano em algumas cidades iraquianas e da morte de mais de 80 soldados americanos neste período de Abril, naquele que é o mês com mais baixas desde o começo do conflito.

As críticas à administração norte-americana têm vindo a acentuar-se nos últimos dias com a crescente onda de instabilidade iraquiana. O presidente dos EUA é acusado de não ter desenvolvido um plano para a crise que assola o Iraque.
Apesar da instabilidade, Bush nega que se viva uma insurreição popular ou uma guerra civil no território e acredita que a situação vai melhorar.

Sobre a polémica da comissão de inquérito do 11 de Setembro, o presidente admitiu que “poderiam ter sido tomadas medidas que pudessem evitar os ataques”.
Bush assegurou que vai prosseguir a sua luta contra o terrorismo e reforçou novamente que “o responsável pelos ataques foi Osama bin Laden”.

Num discurso com mais de uma hora, o presidente norte-americano abordou ainda a questão das eleições presidenciais, em que vai defrontar John Kerry a 2 de Novembro. Bush acredita que os americanos não vão alterar a intenção de voto: “não faço planos de perder o meu cargo, eu vou mostrar aos americanos que tenho um plano contra o terror e acredito que vão ficar comigo”.

As reacções do candidato democrata à Casa Branca não se fizeram esperar. John Kerry afirmou que o actual presidente tem de mudar de posição e aumentar o apoio internacional ao Iraque. Kerry acusa Bush de não ter proposto um plano para estabilizar o território e de usar um discurso de “retórica oca”.

Carla Sousa

Foto: Oztopia