Milhões de pessoas morrem de tuberculose por falta de acesso a cuidados médicos e muitos recebem tratamento inadequado, aumentando o perigo de resistência aos medicamentos. Uma doença que se pensava erradicada nos países mais industrializados, mas que regressa mais forte e perigosa.

A TB (tuberculosis) Alert é uma organização britânica de caridade que luta contra a tuberculose no mundo. Este movimento promove a angariação de fundos para apoiar o trabalho operacional contra a doença nos países mais afectados. Actualmente para além da Grã-Bretanha, a TB Alert tem projectos base na Índia, Bangladesh, Zâmbia, Nepal, Malawi e Indonésia.
Os objectivos desta organização passam por aumentar a consciência no mundo da ameaça da tuberculose e catalizar a participação da sociedade civil para construir um maior envolvimento no movimento contra a epidemia.

Paul Sommerfeld, director da TB Alert, trabalha há alguns anos no combate à tuberculose e afirma que entrou nesta organização pelo facto de não entender a razão de “ se deixar morrer dois milhões de pessoas por ano em todo o mundo com uma doença que se pode curar”. É contra este conformismo que o movimento luta e vai continuar a lutar, sublinha o especialista.
“Se há pessoas que continuam a morrer de tuberculose é porque há seres humanos incompetentes. A nossa missão é ajudar a fazer o sistema um pouco mais competente, e conseguir que algumas pessoas recebam o tratamento adequado”.

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O director desta organização fala ainda do trabalho reconfortante da TB Alert em outros países: “o pouco que fazemos pode ajudar outras pessoas, isso é compensador e faz com que continuemos a combater a doença”.
Paul Sommerfeld acredita que um dia a tuberculose vai ser erradicada: “eu sou um optimista, mas neste momento não temos os instrumentos para erradicar a doença”. Segundo o director da TB Alert os seis meses que demora a tratar a tuberculose são complicados e longos, por isso é precisos mais e melhor tecnologia para prevenir, diagnosticar e tratar os doentes. “Enquanto isso não acontecer não se pode falar em erradicação”.

Apesar de um certo optimismo, Sommerfeld acredita que quando se começar a falar seriamente na erradicação da tuberculose “vai surgir um novo problema”, uma vez que os animais servem de reservatório à bactéria, especialmente as vacas, e podem transmiti-la aos humanos.

Actualmente a organização tem uma taxa de 37% de casos detectados dos quais 87% são curados. Os próximos dois anos, 2004-2005, vão ser críticos para atingir os objectivos da organização que visam detectar cerca de 70% dos casos de infecção e atingir uma taxa de 85% de cura.