A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial – cerca de dois biliões de pessoas – esteja infectado com a bactéria da tuberculose. Cada ano há pelo menos oito milhões de novos casos, dos quais três milhões acabam por morrer.
Os números são alarmantes e indicam que um quarto das mortes evitáveis nos adultos com menos de 65 anos se deve à tuberculose.

A epidemia está a aumentar em todo o mundo e a tornar-se cada vez mais perigosa. O colapso dos serviços de saúde, a expansão do HIV e a crescente resistência aos medicamentos estão a contribuir para agravar o impacto desta doença.

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Isto ocorre especialmente nos países mais pobres, onde uma combinação de privação e serviços médicos inadequados levam à disseminação da doença. Depois de 40 anos de declínio, a tuberculose começa a atacar os países industrializados de forma descontrolada. Na Europa, os países de leste apresentam a situação mais alarmante, com cerca de 250 mil casos por ano.
Mas é em certas zonas da África e da Ásia que a doença é predominante. O número de novos casos de tuberculose, (dois milhões de casos por ano na África e três milhões na Ásia do sul), aliado aos novos casos de combinação da infecção da tuberculose e do HIV estão a aumentar de forma assustadora.

Estima-se que entre 2002 e 2020, aproximadamente 1000 milhões de pessoas sejam infectadas, cerca de 150 milhões de pessoas irão desenvolver a doença e 36 milhões irão morrer de tuberculose se não forem tomadas medidas eficazes.

 

Movimentação de pessoas promove a expansão da tuberculose

O comércio global, o número de pessoas a viajar em aviões, assim como o número de refugiados e deslocados aumentaram extraordinariamente nos últimos 40 anos.

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Em muitos países industrializados, cerca de metade dos casos da tuberculose incidem em estrangeiros e teme-se que perto de 50% dos refugiados possam estar infectados. O facto de ser difícil controlar a mobilidade da população, do tratamento durar pelo menos seis meses e de grande parte dos casos não ser curados devidamente faz com que a bactéria se espalhe rapidamente nos abrigos e campos de refugiados e consequentemente contamine outras pessoas.
As pessoas mais pobres, sem-abrigo, imigrantes e refugiados são estatisticamente mais vulneráveis devido à má nutrição e estilos de vida stressantes. O facto de viver em alojamento lotado faz com que a contaminação seja mais provável e tenha consequências mais graves.