“Esta obra foi feita sem planificação. Podem acontecer aqui acidentes gravíssimos. As ambulâncias quando aqui chegam de urgência fazem verdadeiros ralis para salvarem a vida das pessoas”, afirma o director do serviço de otorrinolaringologia do Hospital de S. João e membro da comissão “ad hoc” contra o metro do Porto, Manuel Pais Clemente. O médico acrescenta que a comissão organizou o cordão humano como forma de manifestar a sua revolta contra as obras do metro que estão a ser feitas em frente ao Hospital de S. João.

Ao fim da manhã dezenas de pessoas reuniram-se num cordão humano, que ladeou o Hospital de S. João. Entre os manifestantes encontravam-se médicos, alunos da faculdade de Medicina e utentes do hospital. Todos contra a construção do metro à superfície e em frente ao hospital de S. João. A solução apontada passa por construir o metro de forma subterrânea. O médico do hospital Manuel Macedo Pinto defende que “se o metropolitano vem enterrado até 400, 500 metros do hospital, logicamente que continuava a vir enterrado”.

O vereador e candidato da CDU à Câmara do Porto, Rui Sá, tem a mesma opinião. Sá afirma não existirem razões para que o metro não seja enterrado. O médico e membro da comissão “ad hoc” Manuel Vilas Boas defende que “se calhar o grande negócio na zona do hospital vai ser o parqueamento”. O parque de estacionamento do campo de S. João é um dos motivos apontados para que o metro passe à superfície, dizem muitos dos que se mostram contra o metro no hospital de S. João.

O problema da segurança, dos acessos ao hospital, nomeadamente de pessoas deficientes, e a destruição de algum património são alguns dos problemas apontados pelos manifestantes se o metro não for enterrado. A manifestação foi organizada pela comissão “ad hoc” para o enterramento da linha do metro do Porto em frente ao hospital de S. João. A comissão entregou uma providência cautelar à Metro do Porto. Contudo, a obra continua, apesar de ainda não ser conhecido o resultado da acção judicial. A linha amarela liga Santo Ovídio, em Gaia, ao hospital de S. João no Porto e está previsto que entre em funcionamento em Agosto.

A comissão “ad hoc” para o enterramento da linha do metro do Porto junto ao hospital de S. João é formada por personalidades do Hospital de S. João e da Faculdade de Medicina do Porto, sindicatos representativos dos grupos profissionais, associações de utentes, doentes, trabalhadores, estudantes e grupos de cidadãos. A comissão tem organizado várias iniciativas com o objectivo de sensibilizar a população em geral para os perigos que dizem existir com a construção da linha do metro à superfície.

Andreia Ferreira