A missa fúnebre do Papa terminou às 12:30 locais (11:30 em Lisboa), após duas horas e meia de celebração na Praça de S. Pedro.

Foi transportado depois para a cripta da Basílica de S. Pedro, onde vai ficar sepultado, a alguns metros do túmulo do apóstolo São Pedro.

João Paulo II “vê-nos e abençoa-nos”. A homilia do cardeal Joseph Ratzinger terminou desta forma, seguido de um enorme aplauso.

Na homilia da missa exequial em memória de João Paulo II, o cardeal Ratzinger falou da vida de Karol Wojtyla e do seu chamamento ao sacerdócio. O decano dos cardeais evocou três “palavras” para explicar a interpretação do chamamento, por parte de João Paulo II: “Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós e vos constitui para ir levar o fruto e para que o vosso fruto permaneça”; “O Bom Pastor oferece a sua vida pelas suas ovelhas”; “Como o Pai me amou a mim, assim também Eu vos amo a vós. Permanecei no Meu amor”. “Nestas três ‘palavras’, vemos toda a alma do nosso Santo Padre”, concluiu.

O cardeal Ratzinger lembrou ainda os anos de juventude em que o falecido Papa se dedicou ao teatro e trabalhou numa fábrica de químicos, “cercado e ameaçado pelo terror nazi”.

O decano dos cardeais terminou a homilia sublinhando que nunca se poderá esquecer o esforço do Papa no último domingo de Páscoa, marcado pelo sofrimento, a aparecer na janela dos seus aposentos para a bênção “Urbi et Orbi”. “Podemos estar certos de que o nosso amado Papa está agora à janela da casa do Pai, a ver-nos e a abençoar-nos”.

Por várias vezes a homilia foi interrompida por aplausos da multidão, numa cerimónia marcada pela comoção.

Letícia Amorim